Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas)
Lembro Natais, nos tempos de eu menino e caipira. Eu vivia numa fazenda de café.
Um amiguinho, extasiado; contou-me de que na casa dele tinha uma árvore de Natal!
Como em minha casa tínhamos apenas um simples presépio; pareceu-me que o mesmo era modesto em demasia, comparado fosse com à árvore de Natal do meu amiguinho, o Ném!
Ele então me convidou para ir conhecer aquela maravilha! Encantado, acompanhei-o. A casa dele ficava na colônia da fazenda, onde morávamos.
Em lá chegando, fui conhecer a árvore de Natal do Ném! Na árvore de Natal da casa dele, feita de galho de cipreste, ornamentada por algumas fitas de cabelo coloridas, brilhava uma única bola (foi o que pai dele pode comprar). Era vermelha, e linda! O leitor nem pode imaginar a magia que aquela árvore de Natal, com uma única bola nos envolveu, a ambos! Meus olhos, e os do meu amiguinho, brilhavam de radiante alegria.
Nós éramos ainda muito novos para entender. O espírito de Natal fez-se presente no exato instante em que vi a árvore.
Depois de alguns instantes, aparece a mãe do Ném, com um sorriso escancarado na boca, apreciando a nossa contemplação!
As mãos da mãe do meu amiguinho segurava uma bandeja com dois pedaços de bolo e dois copos de (com) água com groselha!
Ganhei também nacos do bolo e do refresco; pra mim, um manjar dos deuses!
Nas mãos de meu amigo, uma linda bola de futebol, feita de borracha, uma péla.
Saímos dali e ficamos jogando futebol, com a bola nova, por horas, felizes e esperançosos.
Na minha cabeça de então, era de que o Natal era o dia mais feliz da vida inteira! (Ainda hoje penso assim).
- Ah! Como era lindo o Natal!
Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de quatro outros publicados em antologias junto a outros escritores.
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