O município transmontano foi o promotor da iniciativa e fez hoje o balanço em que destaca que, embora nem todos os produtores que costumavam participar na feira do fumeiro presencial tenham aderido à venda 'online', “é sabido que venderam todos os produtos que confecionaram”.
A autarquia concluiu que, apesar das restrições sanitárias, que impediram a realização da feira anual com 40 anos, “o volume de vendas do fumeiro de Vinhais vai muito além das vendas 'online'”.
Para substituir o tradicional certame que chamava à vila do distrito de Bragança dezenas de milhares de pessoas, a Câmara e a Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara (ANCSUB) criaram uma plataforma digital dedicada aos enchidos tradicionais, na qual realizou, entre 11 e 14 de fevereiro alguns eventos habituais, como conferências e concursos, e onde os produtores puderam vender durante todo o mês de fevereiro.
Concluído o período das vendas, a autarquia salienta que “o balanço é muito positivo, chegando até a superar as expectativas mais altas, tendo em conta que tudo isto foi algo completamente novo e exigiu muita disponibilidade dos produtores, que se mostraram desde o início dispostos a fazer deste evento mais um sucesso”.
“Foram mais de 1.500 encomendas, toneladas de fumeiro vendido, sendo que muitos dos produtores chegaram mesmo a esgotar o fumeiro que tinham disponível”, refere, em comunicado.
Vinhais tem no fumeiro uma fileira económica que vai das explorações de porco bísaro, a raça que distingue os enchidos, às cozinhas regionais e unidades industriais de produção.
Nesta fileira à base do porco Bísaro, uma raça autóctone também ela protegida, Vinhais tem sete produtos tradicionais reconhecidos com Indicação Geográfica Protegida (IGP), nomeadamente o salpicão, a chouriça de carne, a alheira, o butelo, a chouriça doce e o chouriço azedo e o presunto.
Apesar de mesmo com as restrições da pandemia, o escoamento destes produtos estar assegurado, o presidente da Câmara, Luís Fernandes, já tinha admitido que o cancelamento da feira anual implicou perdas de “centenas de milhares de euros” para a economia do concelho e da região.
Em causa está toda a atividade gerada em torno do evento que é a mais antiga feira gastronómica da região e se realizava ininterruptamente há 40 anos.
Por esta feira têm passado dezenas de milhares de visitantes portugueses e da vizinha Espanha à procura do fumeiro, com uma fileira que movimenta anualmente cerca de 10 milhões de euros neste concelho transmontano.
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