Questionada sobre se esta exclusão será decisiva para o afastamento de empresas da região, a secretária de Estado da Valorização do Interior disse que há mais mecanismos para as atrair e fixar. Isabel Ferreira também assinalou que a ligação Bragança-Puebla de Sanábria tornará a cidade na capital de distrito mais próxima da Europa. “Concordo e acho muito bem que esse descontentamento seja manifestado, mas não é o único instrumento que está disponível para a atracção e fixação de empresas. Acho muito importante que a região de Trás-os-Montes lute por esse condição. Todas as componentes do PRR são abrangentes e, portanto, são para todas as CIM, aquelas que não são abrangentes e que estão lá identificados os beneficiários, parece-me que é a das CIM que está mais identificada”.
Isabel Lopes, deputada do PSD, eleita por Bragança, lamenta que o plano não contemple diversas ligações rodoviárias, há muito desejadas pelos autarcas, mas não compreende porque é que a região ficou de fora, no que toca à ferrovia. “O PRR pouco ou nada contribuirá para a tão necessária coesão territorial. O senhor primeiro-ministro quando a apresentou o PRR anunciou, e bem, a ligação Bragança-Puebla de Sanabria. Mas e o resto? Onde está o IC5, o aeroporto regional de Trás-os-Montes, a ligação Bragança-Vimioso, a ligação Macedo-Vinhais-Gudiña, já sem falar na ferrovia. Estão todas as capitais de distrito no novo mapa ferroviário. O que é que falta? As duas do norte interior. Será que Trás-os-Montes não faz parte do território português?”
Jorge Gomes, deputado do PS, eleito por Bragança, também se manifestou sobre esta matéria, dizendo-se desiludido. “Vejo isto com algum lamento e preocupação até porque o nosso Governo sempre se tem comprometido a valorizar o interior. O não sermos contemplados com caminho de ferro para mim foi uma desilusão. Enquanto deputado de Bragança, aquilo que estou a fazer, e estou numa fase final, é propor um projecto de resolução que recomende ao Governo que crie um novo pensamento de forma a que Bragança seja contemplada com caminho de ferro. Devia ser um caminho de ferro que contemplasse Bragança, Macedo e Mirandela, porque foi aí que o tivemos e foram as cidades que mais gente perderam desde que o caminho se perdeu”.
O Plano de Recuperação e Resiliência esteve em consulta pública até hoje.
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