Os dados foram divulgados hoje pela CCDR-N, após uma reunião de trabalho, que decorreu na terça-feira, em Bragança, com a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM).
"No atual ciclo de financiamento comunitário, a sub-região de Trás-os-Montes regista um total de 1.140 projetos aprovados. A maior fatia é destinada ao investimento público, mas o investimento empresarial ascende já a um terço do total apoiado”, acrescenta a CCDR-N.
Assinala, igualmente, que os maiores projetos aprovados, em valor, são desenvolvidos por empresas.
O presidente da CCDR-N, António Cunha, afirmou aos jornalistas que os pacotes de investimentos assegurados em Trás-os-Montes "fazem um retrato muito expressivo da aposta dos fundos estruturais no desenvolvimento da qualidade de vida destas regiões de baixa densidade", e promovem não só a "coesão territorial e social", mas também o "seu potencial humano e a competitividade da sua base económica".
O responsável disse que a reunião de trabalho serviu também para dar a conhecer as tipologias de investimento, estratégias de atuação, concertação de projetos, para os novos desafios dos fundos comunitários entre o período até 2030.
"Há uma estratégia para que o território possa dar resposta a questões que preocupam os diversos municípios e que vão desde a rede de transportes, a cobertura de rede de telecomunicação, a inovação e acolhimento de indústrias, que são alguns dos investimentos identificados", vincou.
No comunicado, a CCDR-N refere que estes encontros com as entidades intermunicipais são um "exercício de concertação estratégica muito importante", por estarem associados a um "momento decisivo" na execução do atual ciclo de fundos estruturais e de definição do Portugal 2030.
Por seu lado, o presidente da CIM-TTM, Artur Nunes, disse hoje à Lusa que o regadio é um dos projetos estruturantes para o território, já que se trata de uma questão antiga.
"O Ministério da Agricultura já propôs fazer um estudo a nível nacional para que cada um dos nove concelhos da CIM possa usufruir de um sistema de regadio e desta forma elaborar uma candidatura, tendo em vista o próximo quadro comunitário", referiu Artur Nunes.
Para a CCDR-N, entre os maiores projetos do território da CIM-TTM estão os investimentos da empresa Faurécia (equipamentos para automóveis) e da Contraport (componentes metálicos), em Bragança, para a criação de unidades produtivas.
Segundo a uma nota emitida pela comissão, o investimento da Faurécia neste território ascende aos 40 milhões de euros, ao que se soma o investimento da Contraport que é de cerca de 6,2 milhões de euros.
O gestor do Norte 2020 destacou que, "no ranking dos investimentos", os projetos ligados ao setor do turismo merecem também um grande destaque nesta sub-região, em particular a construção do Premium Bragança Hotel & Spa, um investimento de 4,5 milhões de euros.
No setor público foram assinalados os investimentos ligados à qualificação das pessoas e à empregabilidade, naquela que é considerada "uma aposta muito relevante da região", assim como os investimentos associados à qualificação das infraestruturas de serviços públicos.
"O investimento em formação profissional para jovens ascende a 34 milhões de euros (com 29 milhões de financiamento comunitário), distribuído em 60 projetos, e o apoio à empregabilidade de grupos vulneráveis apresenta um investimento que ronda os nove milhões de euros", indica aquela entidade.
Segundo o organismo, na dimensão da cultura e do património ganha destaque o investimento do município de Bragança relativo à reabilitação dos antigos silos da EPAC para o Museu de Língua Portuguesa (um investimento de 4,4 milhões de euros) e, na dimensão da mobilidade, a aposta é feita nas infraestruturas de mobilidade suave e no serviço de transportes coletivos, que representam um investimento de 4,2 milhões de euros.
A CCDR-N salienta ainda o investimento na eficiência energética do Hospital de Bragança (num montante de 3,8 milhões de euros) e na requalificação da Escola Secundária de Mirandela (3,1 milhões de euros).
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