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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Aldeias mais bonitas de Bragança e Parque Natural de Montesinho

 
Nas aldeias de Bragança e do Parque Natural do Montesinho encontramos um dos maiores tesouros do concelho de Bragança, no Nordeste Transmontano. Acolhedoras e cativantes, abraçadas pela natureza e feitas de estórias vivas das suas gentes hospitaleiras.

Gimonde – uma das aldeias mais bonitas de Bragança

Aldeias de Bragança e Parque Natural do Montesinho: Corações Quentes na Terra Fria.

Montesinho, a aldeia de Bragança que dá o nome ao Parque Natural de Montesinho

Aninhadas em vales, ocultas nas montanhas ou espraiadas nos planaltos, estas aldeias de Bragança e do Parque Natural do Montesinho pontilham uma paisagem natural sublime desta região a que chamam de Terra Fria. Predicado que só se pode atribuir ao clima, pois, nestas aldeias vivemos dos acolhimentos mais calorosos das nossas viagens por Portugal. Terra Fria, sim. Mas habitada por corações quentes.

Planalto de Deilão – Alta Lombada

É este calor humano que conquista, irremediavelmente, quem se atreve a dar tempo ao tempo nesta região remota onde o homem vive, de corpo e alma, uma relação de profundo respeito pela natureza que é alimento, abrigo e alento.

Ouriços do Castanheiro

Nestas aldeias de Bragança conectadas com o Parque Natural do Montesinho, a simbiose admirável entre homem e ambiente vai muito além do conceito. É a vida. Ainda que, por vezes, penosa, nestes montes ondulantes revestidos de extensas manchas de carvalho-negral e soutos de castanheiros, ou não fosse o concelho de Bragança o maior produtor de castanha de Portugal.

Natureza – uma constante numa visita às Aldeias do concelho de Bragança

As temperaturas baixas não demovem os habitantes destas aldeias de Bragança e do Parque Natural do Montesinho de celebrar o ciclo da vida e da natureza, o principal mote das suas tradições e costumes mais identitários. Aliás, variadíssimas manifestações populares e culturais preenchem os meses das Festas de Inverno, coloridas pelos Caretos identitários de cada aldeia mantendo viva a tradição das Festas dos Rapazes. São, provavelmente, as mais desconhecidas da maioria dos portugueses, mas vividas mais intensamente pelas gentes nestas aldeias de Bragança e Parque Natural do Montesinho.

Os coloridos Caretos das Aldeias de Bragança

Pare e escute. “Então que acha da nossa aldeia? É linda, não é?” Zelosas guardiãs das memórias da terra, são as pessoas que ateiam a chama do encantamento. Mostram, sem inibição, o quanto se orgulham da sua aldeia, dos seus costumes e crenças, do seu modo de vida comunitária com raízes tão antigas que se lhes perdeu a idade.

Aldeia de Rio de Onor – Bragança

Um cumprimento vira amena cavaqueira. Dois dedos de conversa viram uma mão cheia de estórias da aldeia. Francas e hospitaleiras, lamentam a idade avançada que já não lhes permite trabalhar no campo, mas sem lamúrias. Apesar de espinhoso, o tempo não lhes furtou o sorriso.

No “Muro das Lamentações”, na aldeia de Aveleda, contam-se estórias com um sorriso no rosto

As aldeias de Bragança preservam toda a sua identidade. Lugares de tradições seculares, de usos ancestrais, de maravilhas naturais, de encantos benignos e sadia convivência. A tradição oral fez, das suas gentes, bons contadores de estórias e não resistimos a aceitar o subtil convite “ora achegue-se aqui à minha beira”.

Nas Aldeias de Bragança a Alheira e os Enchidos de Fumeiro têm lugar cativo à mesa

Há sempre um cumprimento amistoso. Há sempre tempo e vontade para dois dedos de conversa. Há sempre lenha pronta para a lareira. Há sempre uma mesa para ser partilhada. E que mesa! Pão e vinho nunca faltam. Juntam-se outras iguarias regionais, baseadas nas receitas da avó e na ciência da terra: as alheiras herdadas dos judeus, os enchidos de fumeiro do bísaro (o porco autóctone cevado à moda antiga), a suculenta posta, o azeite (o ouro líquido transmontano) e a soberana castanha.

Aldeia de Guadramil – Bragança

Ainda não as conhecemos todas. Mas vontade não nos falta, pois a cada regresso a Bragança, as suas aldeias preenchem mais um pedacinho do nosso coração de felicidade e, como se diz, devemos sempre regressar aos lugares onde fomos felizes. Para multiplicar essa felicidade, lançamos-lhe o desafio: visite estas aldeias de Bragança, aventure-se neste Portugal remoto e descubra estes legados com alma portuguesa.


Anabela e Alexandre

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