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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Novo livro de Ir. Maria José ajuda a refletir sobre a “fome espiritual”

 “Anatomia da Fome” é o novo livro da Ir. Maria José Diegues de Oliveira, da Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado (SFRJS), que foi apresentado na passada segunda-feira, no colégio de S. João de Brito, em Bragança, e que traduz “a fome espiritual” que nos guia.


Quem o diz é Pedro Sinde, investigador, que fez a apresentação da obra, que aconselha “vivamente” a ler.

“É um livro que nos aponta para um caminho, com várias facetas, que vão desde a fome física, essa denúncia de haver fome física mas também nos aponta para a fome espiritual, que nos faz mover no caminho de Deus, no caminho do Absoluto”, frisou o investigdor.

Pedro Side sublinha que é um livro “de leitura fácil”.

“Estes poemas são escritos de forma muito subtil, o que deixa muito espaço para que o leitor possa meditar e encontrar o seu espaço dentro do poema.

É uma forma sugestiva de nos tocar. Deixa que o leitor entre no poema e o faça seu à sua maneira, dizendo poeticamente vários elementos que são difíceis de entender teologicamente”, sublinhou.

O investigador, que apresentou este quarto livro da autora, o segundo de poesia, deixa, por isso, um conselho:

“Aconselho a sua leitura, pois no tempo em que vivemos, em que existe excesso de tudo, este livro convida ao despojamento, que nos convida a aprender a ser deixando o ter para trás”.

Pedro Sinde sublinhou que “o livro deve ser lido com tempo, como uma boa refeição, para ter tempo de degustar. Isso nasce da delicadeza com que a Ir. Maria José trata os poemas”.

“É essa delicadeza que, dando margem ao leitor, o obriga a tranquilizar-se, a parar e a degustar o poema que vai encontrar, verso por verso”, apontou.

Na sessão de apresentação foi possível ouvir a interpretação da obra Prelúdio, do polaco Jan Podbielski, executada por Rafael Madanços, que também tocou e cantou o salmo “A minha alma tem sede de vós, meu Deus” da autoria do Pe. António Cartageno.

Afonso Balserida, Paula Pimentel, a Ir. Florbela Vieira, Jorge Novo, Emília Oliveira e o migrante Zakaria Othman declamaram poemas do livro.

Marcou presença, ainda, Tânia Pires, responsável pela ilustração da obra.

Para a autora, “o fio condutor é a adoração de Deus e surgiu de um tema de oração e de adoração”.

“Temas como o vazio, o silêncio, a fome, vão de encontro a isso. A fome e a sede de Deus são temas muito presentes na Bíblia. Depois surgiu o tema social, pois há fomes que acho que não deviam acontecer”, frisou.

Este livro começou com alguns poemas que já tinha escritos, aos quais foi somando outros, até que, em 2019, um problema de saúde lhe deu mais tempo para refletir.

“A escrita é uma forma de eu aprofundar a minha reflexão. Chega a um ponto em que acho que a devo partilhar com as outras pessoas, para as ajudar a chegar a algum sítio onde Deus também me ajuda a chegar. É uma coisa que surge espontaneamente.

Depois de ter um núcleo de poemas, fui agregando outros. Foi uma coisa muito livre, espontânea. Há poemas com vários anos, que vou guardando e que acho que fazem sentido no conjunto.

O momento mais débil de saúde foi aquele em que tive mais disponibilidade para rezar e para refletir, pois não podia trabalhar tanto. Foram os mais íntimos”, frisou.

António G. Rodrigues

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