Dados do Núcleo de Apoio à Vítima da Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança, revelam que houve uma ligeira subida em relação a 2020, em que se registaram 71 novos casos. Mas, de acordo com a responsável, Teresa Fernandes, devido à pandemia, muitos processos atrasaram e tiveram que ser resolvidos já em 2021.
“Não há um aumento significativo de 2020 para 2021, o que há de facto é uma maior necessidade de acompanhamento e durante mais tempo, por força de tanto os tribunais, como a Segurança Social, como o apoio judiciário e a própria Ordem dos Advogados poderem demorar mais tempo a fazer a atribuição desses apoios”, explicou.
No total foram apoiadas 169 pessoas, a maioria com idades entre os 45 e 66 anos. Além da pandemia ter trazido constrangimentos à resolução destes casos, também camuflou muitos outros. Estes números podem não reflectir o número real de vítimas no distrito, já que houve uma tendência para não pedir ajuda, com medo de saírem de casa e de ficarem infectadas.
“Ao contrário do que seria expectável, porque a crise pandémica associou-se à crise social e familiar, não tiveram o reflexo imediato nos números, porque aquilo que percebemos foi que as pessoas tinham medo de denunciar, pelo medo da mudança, pelo medo da saída e por haver mais preocupação com a infecção por covid-19 do que propriamente pela contenção comportamental”, frisou.
A juntar-se ao medo da mudança, está ainda a pressão da sociedade em manter um casamento.
A Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança tem um centro de emergência para vítimas de violência doméstica, onde tem actualmente 9 pessoas, e construiu ainda uma Casa Abrigo que a partir de Maio estará disponível a receber até 30 pessoas.
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