Depois de ter sido apresentada publicamente na Mascararte - VIII Bienal da Máscara de Bragança - 2017, a coleção vai já no quinto ano de itinerância permanente, entre diversos espaços culturais de Portugal e Espanha e apresenta agora, pela primeira vez, uma mascarada recentemente recuperada: o Entroido de Castro Laboreiro (Melgaço), representado na coleção com um “garruço” dos Farrangalheiros (as personagens principais desta manifestação).
A presente exposição passou já pelo Centro Cultural Municipal Adriano Moreira (Bragança), Centro Interpretativo da Máscara Ibérica (Lazarim-Lamego), Museu Etnográfico Provincial de León (Espanha), Ecomuseu de Barroso - Espaço Padre Fontes (Montalegre), Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes (Mirandela), Museu do Ferro (Torre de Moncorvo), Casa das Artes e Ofícios (Mogadouro), Colégio Universitário (Zamora), Auditório Municipal (Freixo de Espada à Cinta), Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Centro de Interpretação do Território (Sambade, Alfandega da Fé), Centro Cultural Solar dos Condes de Vinhais, Casa da Cultura de Vimioso e Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, encerrando-se em Vila Flor o périplo por todos os municípios do distrito de Bragança.
Em Portugal, as festas solsticiais de inverno com mascarados têm o seu início no dia 31 de outubro, em Cidões - Vinhais, com a Festa da Cabra e do Canhoto. Seguem-se as festas de dezembro, na sua maior parte dedicadas a Santo Estêvão, o protomártir do cristianismo e padroeiro dos rapazes, altura em que as máscaras assumem maior protagonismo, continuando durante o mês de janeiro até aos Reis e, depois, durante o Carnaval. As mascaradas culminam na Quarta-feira de Cinzas, com o Dia dos Diabos, data em que a Morte e os Diabos saem à rua em Vinhais e em Bragança. Fora deste período associado ao solstício de inverno, em Sobrado - Valongo (Porto), a Bugiada, a 24 de junho, representa a única festa de verão com mascarados em Portugal.
Tratam-se de cerca de 80 máscaras, assinadas por 45 artistas|artesãos, mostrando 40 festas com mascarados em Portugal (distritos de Bragança, Coimbra, Guarda, Porto, Viana do Castelo e Viseu), em 42 assemblages ilustradas com textos de autores especialistas na matéria, e trajes de festas do concelho de Vinhais. Num conceito que rompe com a convencional exposição de máscaras, o conjunto das assemblages que o colecionador/investigador criou tem vindo a aumentar e apresenta-se, também, como um roteiro das mascaradas portuguesas, exibido cronologicamente, entre 31 de outubro e 24 de junho, conjugando vários acessórios, fragmentos de trajes ou utensílios usados pelos protagonistas das festa e associados a cada ritual representado.
Todo este espólio, profundamente ligado à cultura popular, que carateriza e distingue as regiões representadas, resultou na publicação do livro “Máscaras Rituais de Portugal - coleção de Roberto Afonso”, editado, em março de 2019, pela Câmara Municipal de Bragança, no qual são apresentadas imagens de todas as composições presentes, então, na exposição, assim como os textos explicativos e identificativos de cada festa, máscara e respetivos artesãos | artistas.
Em dezembro de 2020 foi publicado o livro “Máscaras Rituais de Portugal - coleção de Roberto Afonso: Mascaradas Vinhaenses”, numa edição do Município de Vinhais, encontrando-se no prelo o terceiro livro resultante da exposição decorrida em Vimioso. A coleção de Roberto Afonso, investigador e colecionador que, desde 2014, assume a presidência da Assembleia Geral da Academia Ibérica da Máscara, estará patente ao público no Centro Cultural de Vila Flor até 6 de junho de 2022.
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