As sessões, que têm como público-alvo os agricultores locais, decorrerão em três freguesias de Miranda do Douro e numa de Mogadouro: em Ifanes, no dia 2 de maio (Salão do Povo, às 21h00); em Malhadas, no dia 3 de maio (Centro de Formação, às 21h00); em Duas Igrejas, no dia 4 de maio (Salão do Povo, às 21h00) e em Brunhosinho, no dia 5 de maio (Café da Aldeia, às 21h00).
O objetivo principal destas sessões é envolver os agricultores locais na proteção e conservação desta espécie benéfica para a produção agrícola e que depende do habitat das searas para a sua sobrevivência, de forma a que estes sejam agentes ativos e colaborem com os técnicos de conservação da natureza para, juntos, assegurarem que as searas mantenham a sua biodiversidade. Serão também abordados temas relacionados com as linhas orientadoras da Política Agrícola Comum (PAC) e a sua convergência com a promoção de uma agricultura produtiva e ambientalmente sustentável.
Estas ações estão enquadradas no projeto "Searas com Biodiversidade - Salvemos a águia-caçadeira", que será lançado brevemente e conta com vários parceiros: a Palombar; a Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC); o BIOPOLIS/CIBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto e o Clube de Produtores do Continente (CPC), sendo financiado por estas três últimas entidades.
Ações preliminares de proteção da águia-caçadeira que servem de base para o arranque deste novo projeto no Planalto Mirandês foram igualmente desenvolvidas no âmbito do projeto "Reconecta-te à Natureza: as aves fazem mais do que cantar" da Palombar, aprovado em 2020 e financiado pelo Fundo Ambiental.
Atualmente, a águia-caçadeira é considerada uma das espécies mais ameaçadas da fauna terrestre em Portugal. Trata-se de uma espécie de conservação prioritária no país e o Planalto Mirandês é uma das poucas regiões com condições favoráveis à sua presença.
A águia-caçadeira (Circus pygargus), também denominada localmente por gavião ou gabilan, é uma rapina migradora que tem um estatuto de ameaça “Em perigo” de extinção, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e as suas populações têm registado um declínio continuado e acentuado no território nacional nos últimos anos. Esse declínio resulta, muito provavelmente, de dois fatores decisivos que afetam a espécie: o corte precoce das culturas de feno em plena época reprodutora e a perda de habitat associada à redução muito significativa das áreas cultivadas com cereais. Esta é uma das aves estepárias com maior dependência das searas por constituir o seu habitat preferencial de nidificação e de alimentação.
Sem comentários:
Enviar um comentário