As pessoas da vila andavam vestidas a rigor. Os feirantes vendiam a sua arte e os trabalhos daquele tempo estavam todos representados. O som de quem trabalhava o ferro distinguia-se dos restantes. Um ofício que já não é ganha-pão dos moncorvenses, mas que ainda é um hobby para Francisco Esteves, de Valpaços, que marcou presença para mostrar como se fazia.
“Particularmente nesta terra de ferreiros e das minas de ferro, toda a gente trabalhava o ferro, então estamos a retratar a idade média quando realmente os ferreiros estavam no seu auge. Mostrar estes ofícios, que estão perdidos na história, ao público e sentir o feedback do público”, disse.
António Faneca e Camila Vieira vestiram a pele do rei Dom Dinis e a rainha Santa Isabel. Uma encenação, que precisou de trabalho de pesquisa, mas foi um orgulho fazer.
A Feira Medieval trouxe até Torre de Moncorvo centenas de pessoas. Para alguns foi a primeira vez, já outros decidiram voltar porque gostaram das edições anteriores.
“Estamos a visitar e vimos vestidos a rigor, porque temos família cá e então sabemos que faz sentido andar assim”, referiu uma visitante.
O evento não acontecia há dois anos devido à pandemia, mas retomou agora em força. Expositores da região e de outras partes do país aproveitaram para divulgar os seus produtos.
“Aqui temos navalhas, facas de remate, portanto cutelaria. Com a pandemia estas feiras não puderam acontecer, sentimos bastante diferença”, referiu o comerciante Carlos Fernandes.
Para o presidente da câmara, Nuno Gonçalves, o regresso da feira é sinónimo de alegria.
“É o regresso da alegria porque as pessoas têm a oportunidade de conviver, mas é também o regresso da alegria, porque estamos a colocar os nossos produtos endógenos no topo do mapa, estamos a colocá-los para serem conhecidos pelos milhares de turistas que nos visitam e estamos também a dar um incremento socioeconómico quer às associações quer às freguesias”, frisou.
Ao longo de três dias a animação não faltou, com peças de teatro, música, encenações e desfiles. O evento custou ao município 150 mil euros.
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