Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
Todos o conheciam, o “Quim”.
Pelos dias, meses e anos da sinuosa caminhada desbravada, todos o conheciam, o “Quim”. Sorriso fácil, preso nas gargalhadas sonoras que brincavam com o velho cigarro ao canto da boca, numa melodia de voz executada em andamento lento. Olhinhos cintilantes em busca das miudezas do coração que tanta falta fazem aos afetos de um homem. Anedotas arrastadas pela noite fora com os compadres do coração. Picardia aqui, risotas acolá, cumprimentos com pitada de malícia adocicada a espreitar-lhe na curva dos lábios. Espelhava certezas, o “Quim”. Em cada gesto, um riso sem rancores, sempre com aquela mania linda de pôr a doçura ao serviço do elogio mais espontâneo. Era ele todo assim, o nosso “Quim”.
Todos o conheciam, o “Quim”. Nunca ninguém o vira chorar as mágoas da vida passada. Ou sequer lhe conheciam queixumes, daqueles que se esvaem em sombras de fumo pelo ecoar do tempo, ao quente da lareira, em frias noites de inverno. Nunca ninguém o descobrira a escolher os rios das paisagens, quando o afeto se tornava uma urgência e as palavras alheias eram tão somente meros acessórios, a desmultiplicar a constância da dor vivida em privado.
Mas o recôndito daquele olhar, esse, conseguissem os mais sensíveis vislumbrar, não lhe escondia a memória amarga e só dos enlevos que, no percurso acidentado da vida, ficaram por sentir, e do aroma doce das ternuras mais simples que fazem a grandiosa diferença. Perdido na indigência que aos outros é dado construir e feito de uma matéria infinita que apenas o seu coração abraçava… todos o desconheciam, o “Quim”.
É esta a estranha linguagem que os homens falam no silêncio da alma despida, a mais complicada de ler.
Pelos dias, meses e anos da sinuosa caminhada desbravada, todos o conheciam, o “Quim”. Sorriso fácil, preso nas gargalhadas sonoras que brincavam com o velho cigarro ao canto da boca, numa melodia de voz executada em andamento lento. Olhinhos cintilantes em busca das miudezas do coração que tanta falta fazem aos afetos de um homem. Anedotas arrastadas pela noite fora com os compadres do coração. Picardia aqui, risotas acolá, cumprimentos com pitada de malícia adocicada a espreitar-lhe na curva dos lábios. Espelhava certezas, o “Quim”. Em cada gesto, um riso sem rancores, sempre com aquela mania linda de pôr a doçura ao serviço do elogio mais espontâneo. Era ele todo assim, o nosso “Quim”.
Todos o conheciam, o “Quim”. Nunca ninguém o vira chorar as mágoas da vida passada. Ou sequer lhe conheciam queixumes, daqueles que se esvaem em sombras de fumo pelo ecoar do tempo, ao quente da lareira, em frias noites de inverno. Nunca ninguém o descobrira a escolher os rios das paisagens, quando o afeto se tornava uma urgência e as palavras alheias eram tão somente meros acessórios, a desmultiplicar a constância da dor vivida em privado.
Mas o recôndito daquele olhar, esse, conseguissem os mais sensíveis vislumbrar, não lhe escondia a memória amarga e só dos enlevos que, no percurso acidentado da vida, ficaram por sentir, e do aroma doce das ternuras mais simples que fazem a grandiosa diferença. Perdido na indigência que aos outros é dado construir e feito de uma matéria infinita que apenas o seu coração abraçava… todos o desconheciam, o “Quim”.
É esta a estranha linguagem que os homens falam no silêncio da alma despida, a mais complicada de ler.
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