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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Os roscos de Nossa Senhora das Candeias

 Em Águas Vivas, a tradicional festa em honra de Nossa Senhora das Candeias iniciou-se no passado Domingo, dia 12 de fevereiro, com a apanha das “xaras” e decorre até ao próximo sábado, dia 18, dia da celebração da Missa e do leilão dos ramos e dos saborosos roscos.


De acordo com Dilar Neto, da comissão de festas em honra de Nossa Senhora das Candeias, no passado Domingo, dia 12 de fevereiro, cerca de 30 homens e mulheres iniciaram os preparativos da festa, com a apanha das “xaras” ou “estevas” para acender os fornos da aldeia, onde são confecionados os roscos e os ramos.

“A apanha das xaras é sobretudo um dia de convívio. Nesta tarefa muito simples, há que arrancar com as maõs os arbustos mais secos, que produzem boas brasas”, explicou.

Apanhadas as xaras, o trabalho prosseguiu na terça-feira, dia 14 de fevereiro, com o árduo trabalho de preparação da massa e dos ovos, uma tarefa realizada pelas mulheres coadjuvadas pelos homens.

“A receita inclui 130 dúzias de ovos, 80 quilos de açúcar, 12 litros de leite, 600 quilos de farinha, manteiga, azeite e anis”, indicou.

Depois de preparada a massa, esta fica a levedar durante a noite.

Na manhã seguinte, dia 15 de fevereiro, as mulheres, distribuídas pelos vários fornos da aldeia, iniciaram o trabalho de enformar e cozer os roscos e os ramos – estes, são uns bolos retangulares, que vão dar forma ao andor, de oferta, a Nossa Senhora das Candeias.


Este trabalho no forno é organizado em várias tarefas: algumas mulheres, manuseiam a massa e dão forma aos roscos e aos ramos. Outras pincelam com os ovos batidos. Há uma mulher responsável por introduzir as bandejas dos roscos e dos ramos no forno e retirá-los quando já estão cozidos. A tarefa final consiste em retirar os roscos das bandejas e guardá-los em cestos.

Segundo Dilar Neto, em Águas Vivas, todos os anos são confecionados entre 500 a 600 quilos de roscos, que são vendidos num ápice, o que demonstra o grande interesse da população local (e das localidades vizinhas) por este doce tradicional.
Na quinta-feira, dia 16 de fevereiro, a comissão de festas em honra de Nossa Senhora das Candeias vai fazer a montagem do andor de oferta a Nossa Senhora das Candeias com os roscos, os ramos e laranjas.

Concluídos todos estes preparativos, a festa em honra de Nossa Senhora das Candeias, inicia-se na sexta-feira, dia 17 de fevereiro, com o convívio dos “Perneiros”.

“Os jovens mordomos organizam uma festa, com o propósito de escolher os “perneiros”, isto é, as cinco pessoas que pela generosidade da esmola doada, vão ter a honra de transportar os andores de Nossa Senhora das Candeias e o andor de oferta com os ramos”, explicou.

Para o sábado, o dia da festa, vai realizar-se a Missa, com a exposição do andor ornamentado com os ramos. No final desta celebração religiosa, o andor é colocado no átrio da Igreja, onde os rapazes o apregoam. Mas o leilão só acontece à meia-noite, na casa do povo, onde são vendidos os roscos, cuja receita reverte para a festa de Nossa Senhora das Candeias.

Em Águas Vivas, esta festividade é tão apreciada, que a freguesia local ergueu mesmo um monumento evocativo da tradição que lhe está associada.

«O monumento dos “Cinco Ramos” simboliza a oferta que as famílias de Águas Vivas fizeram a Nossa Senhora das Candeias, pelo regresso, sãos e salvos, dos soldados vindos da guerra”, explicou.

HA

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