Águia-de-Bonelli. Fotografia Artemy Voikhansky/Wikimedia Commons. |
Hoje vamos falar da Águia-de-Bonelli...
Discreta e hábil, a águia-de-Bonelli (Aquila fasciata), também denominada por águia-perdigueira, é uma ave de rapina de grande dimensão, mas a que tem menor tamanho entre as três águias que existem em Portugal. Habita em locais inóspitos e de difícil acesso, sobretudo zonas montanhosas com escarpas, onde faz os seus ninhos. Mas também pode nidificar em árvores de grande porte. Coloca entre um a dois ovos por ano.
É uma rápida e ágil caçadora, sendo as suas principais presas o pombo-das-rochas (Columbia livia), a perdiz-vermelha (Alectoris rufa) e o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus). O nome águia-perdigueira deve-se ao facto de dominar com grande aptidão a arte da caça. Durante o período de acasalamento e para defender o seu território, realiza voos acrobáticos de grande beleza.
É sobretudo nos céus, montes e arribas do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) e da Zona de Proteção Especial (ZPE) Rios Sabor e Maçãs que a águia-de-Bonelli estabelece o seu domínio no Nordeste Transmontano, sendo estes locais de elevada importância para a conservação e proteção da espécie, territórios onde a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural implementa ações cruciais em benefício desta ave de rapina icónica da região.
Por que é importante conservar e proteger a águia-de-Bonelli?
A águia-de-Bonelli tem um estatuto de conservação "Em Perigo", de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Atualmente, esta espécie enfrenta várias ameaças, como a perda e degradação do habitat, falta de disponibilidade de presas/alimento, sobretudo no Nordeste Transmontano, falta de locais para nidificar, perturbação durante a época de reprodução e mortalidade em linhas elétricas.
Como contribuímos para a conservação da águia-de-Bonelli?
A Palombar contribui para a conservação da águia-de-Bonelli através da recuperação, gestão e repovoamento de pombais tradicionais com pombos-das-rochas, uma das presas prediletas desta ave; por meio da gestão de habitats, com recurso à criação de sementeiras, clareiras e unidades de alimentação artificial para fauna silvestre, que permite aumentar as populações de coelho-bravo e perdiz-vermelha, outras duas presas da águia-de-Bonelli. A organização realiza ainda a monitorização dos casais reprodutores da espécie no Nordeste Transmontano.
As ações que contribuem para a conservação da águia-de-Bonelli são desenvolvidas no âmbito de que projetos?
LIFERupis
O 'LIFE Rupis Conservação do britango e da águia-perdigueira no vale do rio Douro' é um projeto transfronteiriço, do qual a Palombar é parceira, financiado pela União Europeia, através do Programa LIFE, e coordenado pela SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
O seu principal objetivo é a conservação do britango (Neophron percnopterus) e da águia-perdigueira no vale do rio Douro, através da implementação de medidas que pretendem reduzir a mortalidade destas espécies e aumentar o seu sucesso reprodutor.
Saiba mais em www.rupis.pt
Grupo Nordeste
O Nordeste – Grupo para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável é constituído pela Palombar, pela AEPGA – Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino e pela APFNT - Associação dos Produtores Florestais do Nordeste Transmontano.
Tem como objetivo dar vida a um modelo de intervenção que, unindo a conservação da Natureza à agricultura e à exploração florestal sustentável, promova o envolvimento das comunidades locais e dinamize o desenvolvimento integrado do espaço rural nos vales dos rios Sabor e Maçãs, que estão inseridos na ZPE Rios Sabor e Maças.
No âmbito deste grupo de trabalho, a Palombar é responsável pela implementação de um conjunto de ações que visam a conservação da águia-de-Bonelli, entre outras espécies, muitas das quais são financiadas pela EDP Produção e enquadradas na implementação de medidas de mitigação dos impactos gerados pelo Aproveitamento Hidrolelétrico do Baixo Sabor.
Saiba mais AQUI.
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