Estamos numa fase da vida em que nos rende muito o tempo, de dia nunca mais é de noite e à noite nunca mais é de dia, parece um poço sem fundo.
No que diz respeito à vida de confinamento, é muito diferente viver na cidade ou na aldeia, porque na aldeia sempre têm as hortas e os seus campos ao lado de sua casa, num apartamento vive-se fechado entre quatro paredes.
Este ano o provérbio «Abril, águas mil» está certo, o tempo tem estado instável, pois tanto faz sol como chove e por vezes com trovoadas e zurvadas de água.
Muita da nossa gente tem agradecido, através do nosso programa de rádio, às Juntas de Freguesia o apoio prestado no combate ao Covid-19, porque levam às suas habitações os bens essenciais, assim como a medicação necessária.
Temos acompanhado as viagens dos nossos camionistas, em especial do Tio José Rodrigues (Zé do Pipo). Outro dia ligou-nos de Itália, onde já esteve no espaço de quinze dias três vezes, depois de ter regressado da Eslovénia e Áustria. Segundo nos contou, o produto que mais transporta no seu camião cisterna é álcool etílico.
Nos últimos dias festejaram o aniversário connosco: Maria Anatilde (65), Vale de Lamas (Bragança); Celina Reis (79), Vila Nova de Monforte (Chaves); Sérgio Martins (37), Edrosa ( Vinhais); Maria Teixeira (70), Parada (Bragança); André Póvoa (22), Tinhela (Valpaços); Belmiro dos Santos(74), Grijó de Parada (Bragança); Cristiano dos Santos (26), Rebordelo (Vinhais); Isac Domingues(87), Espinhoso (Vinhais); Germias Gomes (96), Alimonde (Bragança) e Lurdes Afonso (51), Bragança .
Saúde para todos.
Agora vamos conhecer um dos tios da linha da frente da família que é o tio João dos Santos e o seu super quintal.
João Domingos dos Santos nasceu em 1940, na Torre de Dona Chama, casou em 1963 com a Tia Isabel e no ano seguinte foi para a França e por lá esteve durante 29 anos. Trabalhou construindo campas e jazigos. Há vinte seis anos que regressou e agora usufrui da sua reforma e dedica-se à menina dos seus olhos, a sua horta, o seu super quintal em volta de sua casa.
Gosta de ter de tudo um pouco, sendo só para consumo próprio e para fazer alguns agrados a familiares e amigos.
Vamos lá então saber o que tem no seu quintal. Tem um jardim com as mais diversidades de flores, tem cebolas postas e outras prontas já para consumir, cebolo para plantar, alcachofras, ervilhas, favas, batatas com mais de dois meses e meio pós sementeira, alhos, cenouras, salada, acelgas, couves galegas e chuchu.
Contou-nos que aprendeu em França que para as ervilhas não serem comidas pelos pássaros, como acontece em tantas hortas, têm que ser semeadas quando a lua nova está deitada, nos três primeiros dias. Agora diz que tem sido infalível, nunca mais teve problemas com a passarada faminta de ervilhas.
Claro que a sua plantação causa admiração às pessoas, que lhe perguntam qual a mézinha que utiliza para que os pássaros não lhe comam as ervilhas, então ele ensina a receita e as pessoas ficam com o pé atrás, mas quando a põem em prática ficam muito contentes com o resultado.
O Tio João da Torre vive muito para o seu quintal, onde tem os mais variados produtos hortícolas, tem também árvores de fruto, figueiras, laranjeiras e romanzeiras.
É com muita proa que fala da sua plantação de cabaças para vinho, chegando a tê-las de oito litros. Ultimamente deu-lhe na cabeça plantar um abacateiro e já há alguns anos que tem duas palmeiras.
Ele diz: «tenho um pouquinho de tudo e do que tenho não me falta nada».
Tio João
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