quarta-feira, 29 de abril de 2020

Covid-19: Comércio de Bragança teme medo dos consumidores e restrições na reabertura

O pequeno comércio de Bragança receia que o medo das pessoas da covid-19 e as restrições que vierem a ser impostas ao funcionamento dos estabelecimentos possam afetar a retoma da atividade, revelou hoje a representante do setor.
A presidente da Associação Comercial Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), Maria João Rodrigues, afirmou à Lusa que o pequeno comércio aguarda com expectativa as orientações do Governo para a retoma gradual da atividade económica, que vão ser anunciadas na quinta-feira.

Da auscultação que tem feito aos associados, a presidente da ACISB concluiu o maior receio é que faltem clientes na reabertura e capacidade financeira para os custos da adaptação e restrições de segurança que virão a ser impostas.

"Ainda não sabemos em que condições é que as empresas vão reabrir. Depende da reação do consumidor e de como se vai controlar a epidemia a partir de agora", indicou.

A dirigente defende que o pequeno comércio deve estar entre os prioritários na retoma da atividade económica, desde pequenas lojas, restauração e similares, sapatarias a pronto-a-vestir.

Um dos receios do setor é a reação do cliente, porque a população perdeu rendimentos e poder compra com as medidas de contenção da pandemia convid-19 e instalou-se medo que pode levar as pessoas a não sair e a não comprar.

Por outro lado, como disse, as empresas também estão asfixiadas com a paragem e não têm condições financeiras, mas vão ter que se adaptar às exigências de segurança.

"Algumas empresas estão a colocar acrílicos, mas só isso não chega. Temos ouvido na Comunicação Social algumas possíveis regras como a redução da lotação e espaçamento em cafés e restaurantes", indicou.

A presidente da ACISB alertou que "se as medidas forem muito apertadas e dispendiosas, vai ser muito complicado para os pequenos empresários", que constituem o grosso do tecido empresarial de Bragança.

Ainda assim, garantiu que o sentimento generalizado é de vontade de reabrir e, até ao momento, ainda nenhum associado transmitiu a esta organização que não irá reabrir quando for autorizada a retoma da atividade.

A associação indicou que irá continuar a ajudar os associados a implementar as medidas que forem necessárias, nomeadamente através da divulgação de informação e esclarecimento de dúvidas que possam surgir.

"É o que temos feito ao longo deste mês e meio de estado de emergência", vincou a presidente.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que os setores da economia que vão retomar a atividade no dia 04 de maio e nas quinzenas seguintes serão definidos no Conselho de Ministros de quinta-feira.

Ainda antes da reunião do Governo de quinta-feira, António Costa vai falar, na quarta-feira, com representantes dos parceiros sociais e dos partidos com assento parlamentar.

O primeiro-ministro disse ser intenção do Governo "fixar o calendário para o que pode abrir a 04 e a 18 de maio e a 01 de junho" e, no final de maio, "voltar a fazer uma avaliação em relação ao conjunto de outras atividades".

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e que terminará a 02 de maio, como anunciou hoje o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O país Contabiliza 948 mortos associados à covid-19 em 24.322 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

HFI//LIL
Lusa/fim

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