sexta-feira, 24 de abril de 2020

Rubrica 20 anos + 5 espécies de fauna | Corço

Corço. Fotografia Pedro Rego.
Para que possa conhecer melhor a dimensão e a diversidade do trabalho realizado pela Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, lançámos, a propósito das comemorações dos 20 anos da organização, assinalados a 9 de março, a rubrica 20 anos 5+5+5+5, que pretende destacar, até ao final do ano, 5 espécies de fauna, 5 espécies de flora/habitats, 5 elementos do património rural edificado e 5 elementos culturais e da comunidade beneficiados pelas ações desenvolvidas pela Palombar nos seus 20 anos de história.

Hoje vamos falar do Corço...

Esquivo e tímido, o corço (Capreolus capreolus) é um ungulado que habita sobretudo em florestas com prados abertos no interior e com acesso a campos agrícolas. O seu lugar de repouso predileto são os bosques cerrados, ou zonas de mato com arbustos densos. Tem um comportamento crepuscular e normalmente pasta durante a noite. Alimenta-se principalmente de rebentos ou gomos de silvas, vegetação herbácea, coníferas, gramíneas, e outros vegetais, e também de folhas novas de árvores caducifólias e arbustos, sobretudo no verão. Pode ainda comer bolotas, fungos, urze, cereais, ervas daninhas, entre outros vegetais. Para marcar o seu território, esfrega as hastes no tronco de pequenas árvores e arbustos. A época de reprodução ocorre nos meses de julho e agosto e tem normalmente duas crias por ano. Em muitos territórios do Nordeste Transmontano o corço encontra as condições ideais para habitar.
Corço. Fotografia Pedro Rego.
Por que é importante conservar e proteger o corço?

Apesar de ter um estatuto de conservação "Pouco preocupante", segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, o corço é uma presa selvagem de espécies ameaçadas no território nacional, como é o caso do lobo-ibérico (Canis lupus signatus), pelo que a conservação desta espécie é importante para a sua preservação. Ocasionalmente, as crias de corço também podem ser predadas pela águia-real (Aquila chrysaetos), uma ave de rapina com estatuto de conservação desfavorável em Portugal. Além disso, a manutenção e proteção de populações autóctones é fundamental para evitar a perda de características genéticas e ecológicas próprias da espécie.

Como contribuímos para a conservação do corço?

A Palombar contribui para a conservação do corço através da criação de sementeiras e pastagens permanentes biodiversas com recurso a mistura de cereais de variedades tradicionais, em várias áreas do Nordeste Transmontano, aumentado, desta forma, a disponibilidade de alimento para a espécie, bem como através do estabelecimento de zonas de não caça. Sendo o corço uma espécie cinegética, a criação de zonas onde não é permitido caçar este animal contribui para aumentar a sua população, além de reduzir os fatores de perturbação para a espécie. Essas zonas foram criadas com base em acordos estabelecidos com zonas de caça associativas com o objetivo de criar santuários, em territórios importantes para a espécie, onde a caça é proibida.

As ações que contribuem para a conservação do corço são desenvolvidas no âmbito de que projetos?

Grupo Nordeste
O Nordeste – Grupo para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável é constituído pela Palombar, pela AEPGA – Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino e pela APFNT - Associação dos Produtores Florestais do Nordeste Transmontano.

Tem como objetivo dar vida a um modelo de intervenção que, unindo a conservação da Natureza à agricultura e à exploração florestal sustentável, promova o envolvimento das comunidades locais e dinamize o desenvolvimento integrado do espaço rural nos vales dos rios Sabor e Maçãs, que estão inseridos na ZPE Rios Sabor e Maças.


No âmbito deste grupo de trabalho, a Palombar é responsável pela implementação de um conjunto de ações que visam a conservação do corço, entre outras espécies, muitas das quais são financiadas pela EDP Produção e enquadradas na implementação de medidas de mitigação dos impactos gerados pelo Aproveitamento Hidrolelétrico do Baixo Sabor.

Sem comentários:

Enviar um comentário