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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 3 de outubro de 2020

O RECEIO DE OPINAR

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...") 

Antes de me aposentar, prestei serviço em empresa, que possuía e possui, milhares de trabalhadores.
Convivi apenas com pouco mais de uma ou duas dezenas. Contudo admirava-me, que em épocas eleitorais, quando se perguntava a opinião sobre os candidatos, esquivavam-se, declarando receosos:
- “ Eu cá, voto na maioria, no que vai à frente, segundo a mass-media.”
Admirava-me da atónita resposta. Vivíamos, já em plena democracia, (seria?); e em democracia, cada qual, não se deve inibir de ter opinião. Hoje, compreendo – a idade dá-nos sabedoria, – que para vir à praça publica, e dizer, em letra de forma, o que se pensa, requer coragem – muita coragem.
Principalmente, para quem não possui protecção de poderoso, que acuda quando se é retaliado.
Eu sei, infelizmente, que muitas vezes, os dirigentes são escolhidos pelas suas ideologias, e que costumam beneficiar correligionários, e afastar os que não são da sua “ capela”. Eu sei…
Em Congresso de Sociologia, realizado em Coimbra, no início do século, o sociólogo, Manuel Villaverde Cabral, defendeu a tese: que dois terços dos inqueridos, num estudo realizado em Portugal, sentiam receio de exprimirem opinião sobre governantes.
Não é, portanto, de espantar, que humildes trabalhadores, não cobertos pelo “ guarda-chuva” do partido, sintam medo de serem marginalizados de futuras benesses, pelas suas ideologias.
Compreende-se, que quem vive do trabalho, ande com o “credo” na boca, para não sofrer represália, como eu sofri, por não ter cor politica.
O medo dos “poderosos”, é muito antigo. Desde tempos ancestrais, sempre houve receio dos dirigentes. Basta ler o Livro de Ester 8:17, para se verificar isso: “ Os povos da terra, se fizeram judeus; porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles”
Esse “temor” fez que muitos monarquistas se rendessem à república e que acérrimos partidários do Estado-Novo, se refugiassem em partidos de esquerda.
Fizeram-se esquerdistas, do mesmo modo que no tempo de Ester se “ fizeram” judeus.
A frase do antigo Presidente do Município de Penalva do Castelo: “ Quem está com o Governo, come; quem não está cheira”, parece estar – e sempre estará, – actual. Aqui e em toda a parte.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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