Esta interrupção ficou a dever-se à pandemia e a questões administrativas, mas na região norte, ao contrário das outras do país, o reinício estava atrasado.
António Machado, presidente do núcleo de Bragança da Liga Portuguesa Contra o Cancro, avança que, brevemente, o rastreio voltará a ser feito em todos os concelhos do distrito. “A nossa carrinha já está na nossa zona, em Vinhais. Já recomeçámos, através do acordo que foi feito com a Administração Regional de Saúde do Norte”.
Na semana passada, a Administração Regional de Saúde do Norte avançou que já estariam reunidas as condições para a retoma do rastreio, depois da publicação da Resolução de Conselho de Ministros que autorizava a entidade a realizar as despesas decorrentes do programa e também a assinar o protocolo com o Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro. António Machado preferiu não comentar o atraso na celebração do protocolo. “Isso ultrapassa-me a mim e penso que ultrapassou muita gente. Era renovável automaticamente mas não sei exactamente as razões. Não devo entrar por aí”.
Na região norte há mais de cem mil mulheres que não terão realizado o rastreio por causa desta paragem. António Machado considera que as consequências são graves. “No meu entender as consequências são graves porque as pessoas tinham necessidade de fazer as mamografias e, com tanto tempo de espera, a vida de muita gente foi complicada”.
Os deputados do PSD, eleitos por Bragança, mostraram-se preocupados com a questão e pediram explicações ao Governo. Isabel Lopes fala de uma situação inaceitável e entende que deveria ser feita a recuperação dos exames que ficaram por fazer. “Foi anunciado que começaria em Setembro, por isso é que fizemos essa questão à ministra da Saúde. Outra questão muito importante é que muitas mulheres deixaram de fazer esse rastreio, essas pessoas vão deixar de o fazer ou vão incentivar e aumentar o número de controlo?”
No resto do país, os rastreios já começaram a ser feitos há cerca de quatro meses.
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