Há cerca de quatro anos foi tema principal desta página a tia Otília Farruquinha e os seus sete casais, pois deu ao mundo 14 filhos, sete rapazes e sete raparigas. E quis o destino que tivesse uma morte tão trágica. Faleceu a 2 de outubro, aos 82 anos. Nesta edição vamos compartilhar convosco a homenagem que a sua família lhe fez. Muita da nossa família mostrou o seu pesar, dando muita força à Irene e ao Leonel, que são os filhos que mais participam no programa “Bom dia Tio João”.
Alguma da nossa gente já anda a dar uns passeios pelos soutos à procura das primeiras castanhas.
Se a nossa família chora a morte, também festeja a vida! Estiveram de parabéns esta semana: Norminda Araújo (82) Ribeirinha (Mirandela); Rita Moreira (74) Oleirinhos (Bragança); Guilherme Pássaro (68) Grijó (Bragança); Maria Areias (65) Lebução (Valpaços); Margarida Gonçalves (62) Bragança; Fernanda Topete (61) Souto da Velha (Torre de Moncorvo); Manuel Oliveira (58)Argozelo (Vimioso); Adriano Antão (53) Genísio (Miranda do Douro); José Lopes (50) Argemil (Valpaços); Ramiro Jardino (48) Bragança; Mário Machado (42) Parada (Bragança); Kelly Meirinhos (19) Grijó (Bragança), a todos muitos parabéns e haja saúde!
Minha querida, Farrruquinha!
Por onde começar, para falar de ti…. Seria necessário redigir um livro para contar todas as conversas, desabafos, discussões e toda a tua história de vida! Mas apenas quero dizer-te que foste uma mulher lutadora e incrível, pois, inicialmente, a tua vida não foi fácil, criaste 14 filhos com o amor que sabias dar e tudo que tinhas. Passaste por uma terrível doença que, duramente, soubeste ultrapassar por teres sempre por perto o amor incondicional e o carinho de todos os teus filhos, noras, genros e netos, que não olharam a meios para te socorrer e salvar e por isso ouvimos dizer, em conversas comuns, que “filhos como os da Farruca, não há!”. Soubeste transmitir-lhes todo o carinho e amor à tua maneira e lembro-me de te ouvir dizer várias vezes “amanhã vai a carreira do Moisés, a ver se me leva uma encomenda para França…”. Essa encomenda ia carregada de pequenos miminhos para cada um de deles, pois conhecias bem os gosto e desejos de cada um. Recordo com muita saudade as filhós de pão que tinhas sempre que te visitava, quando cozias semanalmente, pois a família era grande, mas pão, carinho e algumas arrelias, que fazem parte da vida, havia sempre em tua casa, mas o mais marcante e genuíno era o teu sorriso e abraço que me davas quando me vias!
Superaste a doença e a tua vida melhorou como a de todos os teus filhos, que souberam vencer lá fora e são hoje pessoas estimadas e respeitadas por todos, o que te dava muito orgulho.
As saudosas filhós de pão deram lugar aos chocolates! Sempre que te visitava lá vinha o meu miminho recheadinho de abraços, sempre com o teu sorriso! E agora minha querida Farruquinha?! Quem me vai dar esse sorriso e abraço?
Adoravas as tuas noras e genros e tinhas imensa vaidade com todos, tal sentimento era recíproco, pois também todos te admiram e respeitam. Tens 31 netos e 18 bisnetos e, por incrível que pareça, conhecias os nomes a todos, apesar dos teus 82 aninhos! A tua alegria ficava estampada na cara quando sabias que os mandavam para ao pé de ti passar as férias!
E agora como vai ser? Aos teus queridos filhos e netinhos… Quem os vai abraçar quando chegarem? Quem vai enviar-lhes os miminhos da mãe/avó Farruquinha?
Quis o destino levar-te de forma tão macabra e marcante, um acidente causado por quem sempre te admirou e amou!
Fica a nossa admiração e referência, pois sempre contribuíste para a paz e união na família. Detestavas zangas e querias que tudo estivesse bem.
Querida tia, partiste, para sempre e para longe de todos nós, mas ficam as boas lembranças e a pessoa resiliente que foste, a mãe maravilhosa, a irmã querida e a tia inesquecível!
Até sempre! Olha por nós, no lugar onde estiveres.
Fátima Mateus
29 de Outubro de 1939
Na aldeia de Coelhoso
De seu nome, Otília de Jesus Mateus
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Com amor ela cresceu
Até casar com o homem
Que o destino lhe escolheu
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A sua batalha de vida
Gerou 7 filhos e 7 filhas
E formou uma bela família
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Que mulher tão guerreira
Com todas as dificuldades
Lá os criou à sua maneira
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O que realmente significa amar
Podia ter pouco
Mas algo tinha sempre para lhes dar
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Onde lutou e foi forte
Superando todas elas
Fintando sempre a morte
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Deus a cobriu com o seu véu
Alguém tão boa e pura
Já tinha o seu lugar no céu
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Será no céu uma estrela
Que nem o poder da morte
A impediu de ser bela
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Com respeito e admiração
Alguém que ama tantos de igual forma
Tem que ter um grande coração
Quis o destino
Que tombasse de forma injusta
Tal como todos os gigantes
Que nunca perdem uma luta
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E levou-a desprevenida
E todos aqueles que tanto amou
Não se puderam despedir em vida
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Hoje sofre por a perder
Sussurre-lhe ao ouvido
Que nada havia a fazer
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Precisam de muito amor
E que todos juntos
Irão ultrapassar esta dor
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Que ninguém é culpado
Somos humanos e impotentes
Quando o destino está traçado
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A amam loucamente
Parte do estado físico
Mas viverá para sempre
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Nunca a irão esquecer
Deus levou-lhe o corpo
Mas o seu amor irá permanecer
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Ao jardim que tem em seu redor
Para nesta hora tão dura
Continuar a transmitir o seu amor
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De forma triste e serena
Mas lembre-se
Para os seus, será sempre ETERNA
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Otília de Jesus Mateus
Aos olhos do povo
Onde nasceu e morreu
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Que reuniu tanta gente
É o amor por SI
Que é de ontem, de hoje e PARA SEMPRE
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Sílvia Rodrigues
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