O evento Bragança Terra Natal e de Sonhos regressa este ano, depois de uma paragem forçada pela pandemia, com um investimento de 300 mil euros para animar a cidade transmontana durante mais de um mês. O município de Bragança é o promotor, em parceria com diversas entidades locais, nomeadamente ligadas ao comércio, que manifestaram, na apresentação do programa, esperança de que a covid-19 permita, neste Natal, alguma dinâmica nos negócios.
O centro histórico da cidade é o “epicentro” da animação entre 1 de dezembro e 6 de janeiro, nomeadamente uma pista de gelo com 300 metros quadrados, na praça Camões, por onde, na última edição de 2019, passaram mais de 24.500 patinadores. No mesmo local encontram-se vários equipamentos de diversão para as crianças e tasquinhas que atraíram, em 2019, mais de 103 mil pessoas, como recordou o autarca Hernâni Dias.
O programa deste ano volta a ter os mesmos atrativos, como a casa do Pai Natal, o comboio infantil, o baloiço, a roda e o carrossel, assim como a árvore de Natal iluminada, ao lado, na Praça da Sé. O município promete que “o espírito natalício não se vai sentir apenas no Centro Histórico”, com a iluminação de Natal a espalhar-se pela cidade e a realização de concertos de Natal com bandas locais, assim como espetáculos no Teatro Municipal de Bragança.
Em meia dúzia de anos, o Terra Natal e de Sonhos tornou-se num evento de referência de Bragança, com um número de visitantes três vezes superior à população do concelho, alguns dos quais da vizinha Espanha. Os espanhóis representaram, na edição anterior, 44% dos turistas nesta época do ano e o município de Bragança aposta neste público, nomeadamente através da apresentação do evento nas localidades de Espanha mais próximas.
Mais uma vez, o evento terá desporto associado à solidariedade com instituições do concelho a beneficiarem das receitas de iniciativas como IV Trail Urbano Solidário e Caminhada, o Natal a Pedalar Solidário e o Desfile Solidário de Carros Clássicos. O propósito é envolver toda a comunidade com o contributo da oferta de duas horas de estacionamento gratuito nos dois parques subterrâneos da cidade. Num destes parques, o da avenida Sá Carneiro, decorrerá também, pela primeira vez, uma feira de vinhos de Trás-os-Montes organizada por um conjunto de produtores, como foi anunciado.
Estes são os planos da organização, se não houver nenhum constrangimento de maior devido à pandemia, como ressalvou o presidente da Câmara, que espera que “as coisas não se compliquem” em termos da situação sanitária. Expectante está o comércio de Bragança, como salientou Maria João Rodrigues, presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), uma das parceiras do evento. Segundo disse, “90 empresas já aderiram ao concurso de montras de Natal” e todas estão “à espera destas atividades todas” para contrariar as quebras “entre 30 a 50%” que acumulam desde as restrições da pandemia. “Agosto e setembro trouxeram alguma atividade, mas em outubro e novembro já desceu bastante”, observou a representante dos comerciantes.
A falta de mão de obra, sobretudo na restauração, é uma das dificuldades atuais com que se deparam os empresários e que a associação pretende discutir com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). “Não sei o que aconteceu desde a pandemia para cá. Não conseguem contratar pessoas minimamente qualificadas”, afirmou. Na opinião do presidente da Câmara, a situação é transversal e “não é só em Bragança, mas em todo o país”. O município nota nas empresas com as quais trabalha “a dificuldade que têm em contratar pessoas e até subcontratar a outras empresas” e isso “está a refletir-se em várias obras que acabam por sofrer sucessivos atrasos”.
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