Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
… quando puderes diz-me uma coisa bonita!
… pai vou pela viola… pega na guitarra!... talvez um prelúdio… talvez Zeca Afonso!... talvez Sérgio Godinho:
… “hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”!
E quando o acorde ficava perfeito e o som era límpido como os teus olhos, tu sorrias e eras música e dizias sempre para retardar o abraço fora de tempo:
… pai não percebes nada disto! E sorrias… outras vezes adivinhava-te uma lágrima feliz à beira dos olhos grandes!
Depois partiste… e soltaram-se as cordas da guitarra que ficou ao canto da sala… sem ti e sem mim!
Hoje, depois de tantos anos, abri a caixa… ouviu-se o som longínquo da tua chegada e toquei umas pálidas variações em ré menor!
… e tu sorriste!
E a tarde ficou amena… o o coração sereno... porque sorriste?!
… eu sei que gostaste!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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