Como em tudo na vida, para tudo se quer ter sorte, até mesmo, (acrescento eu), para ser uma estrada.
Para quem pensar o contrário, bastará conhecer a triste sina da vida atribulada dos malfadados 12 Quilómetros, (doze!) do troço da estrada nacional (!) Nº 218, construída para ligar a capital do distrito à cidade de Miranda, troço este que, depois dum difícil e heroico serpentear nas inóspitas e ingremes ladeiras que aconchegam o rio Maçãs no seu percurso belo-horrível, liga Carção à sua sede de concelho.
Segundo testemunhos fidedignos, teria sida à mais de um século que esta estrada foi projetada para ligar Bragança a Miranda do Douro, concebida com as principais saídas em Gimonde para a Lombada, em Rio Frio para Espanha e em Carção a entroncar na nacional Nº. 317 para Macedo, onde ligaria com a nacional Nº 15.
A estrada Nº 15, antes da construção do antigo IP4, entretanto já substituído pela atual A4, foi, durante muitas décadas, a principal e quase única via de ligação do interior com o litoral, interligando no seu percurso, além de muitas outras, localidades tão importantes como Miranda do Douro, Bragança, Macedo, Mirandela, Murça, Vila Real, Amarante, Penafiel e o Porto, projeto que se manteve inacabado por muito tempo porque, segundo testemunhos da época, um aspirante a cacique local, alegadamente por ter perdido umas eleições porque não votaram nele, teria garantido em Vimioso que a estrada para Carção, “ nunca atravessaria o rio Maçãs, havia de ser encravada num sítio tão difícil, que ninguém seria capaz de a tira de lá e que os de além do rio, ( as populações de Argoselo, Carção, Santulhão e das Amatelas), quando precisassem de ir à vila, nunca haviam de poder ir de carro e que, se não quisessem vir a pé, que viessem a cavalo pelas ladeiras”.
Dando de barato a credibilidade desta história, no início das obras, do lanço que deveria ligar Vimioso e Carção, apenas foi construída uma parte, com cerca de cinco quilómetros, até às proximidades do rio Maçãs, onde ficou parado e totalmente inútil durante muitas décadas, encravado na base dum penedo gigantesco de pedra azul duríssima, donde só seria desencravada à força de dinamite, nos anos cinquenta do século passado, sendo de todo impossível, a esta distância, mesmo que muito por alto, calcular os prejuízos astronómicos e para sempre irreparáveis, causados aos habitantes daquelas terras, prejudicando injustamente, direta ou indiretamente, todas as populações dos concelhos de Vimioso, de Miranda e de Mogadouro, condenados a permanecer isolados nas suas terras, vendo o progresso pagar-lhes ao lado.
Fosse porque fosse, o que é mais grave e de lamentar profundamente, o certo é que este infeliz pedaço de estrada, que foi amaldiçoado logo à nascença, amaldiçoado continua e, o que é mais grave, é não se saber como, quando e por quem poderá ser exorcizada esta maldição.
Para quem pensar o contrário, bastará conhecer a triste sina da vida atribulada dos malfadados 12 Quilómetros, (doze!) do troço da estrada nacional (!) Nº 218, construída para ligar a capital do distrito à cidade de Miranda, troço este que, depois dum difícil e heroico serpentear nas inóspitas e ingremes ladeiras que aconchegam o rio Maçãs no seu percurso belo-horrível, liga Carção à sua sede de concelho.
Segundo testemunhos fidedignos, teria sida à mais de um século que esta estrada foi projetada para ligar Bragança a Miranda do Douro, concebida com as principais saídas em Gimonde para a Lombada, em Rio Frio para Espanha e em Carção a entroncar na nacional Nº. 317 para Macedo, onde ligaria com a nacional Nº 15.
A estrada Nº 15, antes da construção do antigo IP4, entretanto já substituído pela atual A4, foi, durante muitas décadas, a principal e quase única via de ligação do interior com o litoral, interligando no seu percurso, além de muitas outras, localidades tão importantes como Miranda do Douro, Bragança, Macedo, Mirandela, Murça, Vila Real, Amarante, Penafiel e o Porto, projeto que se manteve inacabado por muito tempo porque, segundo testemunhos da época, um aspirante a cacique local, alegadamente por ter perdido umas eleições porque não votaram nele, teria garantido em Vimioso que a estrada para Carção, “ nunca atravessaria o rio Maçãs, havia de ser encravada num sítio tão difícil, que ninguém seria capaz de a tira de lá e que os de além do rio, ( as populações de Argoselo, Carção, Santulhão e das Amatelas), quando precisassem de ir à vila, nunca haviam de poder ir de carro e que, se não quisessem vir a pé, que viessem a cavalo pelas ladeiras”.
Dando de barato a credibilidade desta história, no início das obras, do lanço que deveria ligar Vimioso e Carção, apenas foi construída uma parte, com cerca de cinco quilómetros, até às proximidades do rio Maçãs, onde ficou parado e totalmente inútil durante muitas décadas, encravado na base dum penedo gigantesco de pedra azul duríssima, donde só seria desencravada à força de dinamite, nos anos cinquenta do século passado, sendo de todo impossível, a esta distância, mesmo que muito por alto, calcular os prejuízos astronómicos e para sempre irreparáveis, causados aos habitantes daquelas terras, prejudicando injustamente, direta ou indiretamente, todas as populações dos concelhos de Vimioso, de Miranda e de Mogadouro, condenados a permanecer isolados nas suas terras, vendo o progresso pagar-lhes ao lado.
Fosse porque fosse, o que é mais grave e de lamentar profundamente, o certo é que este infeliz pedaço de estrada, que foi amaldiçoado logo à nascença, amaldiçoado continua e, o que é mais grave, é não se saber como, quando e por quem poderá ser exorcizada esta maldição.
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