Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Esperei-te todo o dia minha mãe e chamei o teu nome no descampado da saudade.
…Eugénia!... Eugénia Minga!... minha menina!
Só o eco respondeu na longa tarde da tua espera …silenciosa....
Talvez tivesses ido à nossa horta de Valeguimbra… ou às novenas da Senhora da Serra conversar com Deus … ouvir o sermão do frade Capuchinho … e o céu tão perto…
Talvez tivesses ido ao nosso Soto vender uma blusa nova à tia Joaninha… talvez!
Talvez tivesses ido à fonte… e a água era tão fresca e gostavas tanto de ouvir o rouxinol cantar amaciando a tarde.
…Esperei-te todo o dia… mas não voltaste a casa… Eugénia… minha amada!
… anoitece e hoje que é o dia de todas as mães vou esperar-te perto do coração… e oferecer-te as lágrimas… que chorávamos de alegria quando eu vinha de longe.
… e sinto-te tão perto minha mãe… minha menina tecedeira… e cheira a estopa e a linho branco… e sinto o cantar do velho tear afagando as tuas mãos…
… porque te ris, Eugénia Minga!... porque dizes que não foste a lado nenhum e habitas nos meus olhos… eu sei… não gostas de me ver chorar… os homens não choram…
… mas se for preciso… volto a meter as mãos no lume… como fiz um dia para poder chorar perdidamente pela minha gatinha branca que morreu…
… mas desta vez meto as mão no lume da minha saudade… e espero a noite, para sozinho, chorar copiosamente…perto da nossa casa…
… por ti!
… e não te rias!
…Eugénia!... Eugénia Minga!... minha menina!
Só o eco respondeu na longa tarde da tua espera …silenciosa....
Talvez tivesses ido à nossa horta de Valeguimbra… ou às novenas da Senhora da Serra conversar com Deus … ouvir o sermão do frade Capuchinho … e o céu tão perto…
Talvez tivesses ido ao nosso Soto vender uma blusa nova à tia Joaninha… talvez!
Talvez tivesses ido à fonte… e a água era tão fresca e gostavas tanto de ouvir o rouxinol cantar amaciando a tarde.
…Esperei-te todo o dia… mas não voltaste a casa… Eugénia… minha amada!
… anoitece e hoje que é o dia de todas as mães vou esperar-te perto do coração… e oferecer-te as lágrimas… que chorávamos de alegria quando eu vinha de longe.
… e sinto-te tão perto minha mãe… minha menina tecedeira… e cheira a estopa e a linho branco… e sinto o cantar do velho tear afagando as tuas mãos…
… porque te ris, Eugénia Minga!... porque dizes que não foste a lado nenhum e habitas nos meus olhos… eu sei… não gostas de me ver chorar… os homens não choram…
… mas se for preciso… volto a meter as mãos no lume… como fiz um dia para poder chorar perdidamente pela minha gatinha branca que morreu…
… mas desta vez meto as mão no lume da minha saudade… e espero a noite, para sozinho, chorar copiosamente…perto da nossa casa…
… por ti!
… e não te rias!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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