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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
Solar Bragançano: A nobreza do trato
Comida feita em potes de ferro, à lareira, como numa casa de família transmontana. A opinião do crítico gastronómico da VISÃO Se7e, Manuel Gonçalves da Silva, sobre o restaurante Solar Bragançano, em Bragança.
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Lucília Monteiro |
Bem localizado, em pleno centro de Bragança, diante da Sé, o restaurante Solar Bragançano tem instalações muito acolhedoras no primeiro andar de uma casa solarenga (sem brasão, provavelmente fidalga): salinha à entrada com biblioteca, duas salas de refeições muito agradáveis, mesas bem postas com toalhas de algodão (às vezes são de linho bordado) e louças da Vista Alegre, lareira, forno a lenha, jardim e ambiente familiar. Igualmente familiares são os sabores da comida feita pelas mãos hábeis e delicadas – como a voz e os gestos – de Ana Maria Baptista, que deixou de ser professora para dar lições de cozinha. As receitas “são coisas de família”, diz Ana Maria. E como a família era de caçadores, cozinhava-se a caça em potes de ferro, à lareira, ou grelhavam-se carnes de vitela mirandesa e de cabrito ou alheiras normais e de caça.
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Lucília Monteiro |
Tudo isto se faz no Solar Bragançano com produtos de grande qualidade. A refeição pode começar com uma sopa de castanhas (creme aveludado e gostoso), um caldo de galinha (que é de aves), uma salada de perdiz ou outro petisco que não consta da ementa, como a empada de caça (de perdiz, de javali ou de veado), a alheira, o chouriço e o salpicão. Depois, impõe-se a caça, que é cozinhada no pote de barro: arroz de lebre malandrinho em modo de cabidela; veado à Dom Teodósio, que é marinado em vinho do Porto e fica muito macio e saboroso; perdiz com uvas e frutos silvestres, ex-libris da casa que devia ser de conhecimento obrigatório; coelho à Monsenhor, com castanhas e cogumelos; faisão com castanhas; javali com batatas e legumes ou com puré de maçã. São estufados magistrais. Os grelhados também são muito bons, em especial a posta de vitela mirandesa e o cabrito do Montesinho, ambos com arroz, batatas a murro e salada (verão) ou legumes (inverno), e a alheira normal ou de caça com grelos, batatas louras e castanhas. Há sempre peixe fresco para grelhar e bom bacalhau frito com cebolada e uma guarnição original de batatas, grão-de-bico e legumes.
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Lucília Monteiro |
Excelente doçaria da casa, como o creme de abóbora dourada, a sopa de cerejas, o pudim Abade de Baçal (similar ao Abade de Priscos, mas feito com presunto em vez do toucinho), o bolo de chocolate (muito cremoso) e o leite-creme. Garrafeira selecionada por Desidério Rodrigues, dono da casa, com um bom vinho do Douro a copo.
Manuel Gonçalves da Silva
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