Tudo começou há cerca de três anos, quando os alunos da licenciatura em Multimédia, do Instituto Politécnico de Bragança, decidiram recolher músicas, histórias e tradições, contadas pela avó Maria da Graça. Segundo Carlos Costa, professor de design, esta distinção foi atribuída por se tratar de um grande testemunho da cultura de Trás-os-Montes. "Acho que foi, sobretudo, pela quantidade de informação, com qualidade, que foi captada. É o testemunho da cultura material e imaterial de um povo".
Maria da Graça Afonso tem 79 anos e é natural de Agrochão, no concelho de Vinhais, um dos palcos do projecto. Teme que a falta de memória não a deixe contar muitas das histórias que quer ainda incluir na aplicação móvel para as gerações mais novas conhecerem. "Eu agradeço muito ao IPB. A minha vontade era que ficasse tudo gravado. A gente vai perdendo a memória e é disso que tenho pena. Quero que gravem tudo o mais rápido possível porque noto que estou muito esquecida".
A avó Maria da Graça diz ter perdido a conta à quantidade de histórias que conhece e que já contou e que quer continuar a contar.
O projecto ainda não está concluído, pois a pandemia veio adiar as gravações. Até agora a aplicação “Viv@vó Maria da Graça” conta com a captação audiovisual de cerca de 70 músicas, divididas pelas quatro estações do ano, a exposição de um conjunto de artefactos, lendas, histórias e dizeres populares da aldeia de Agrochão.
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