quarta-feira, 1 de abril de 2020

A OPINIÃO PUBLICA

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


A cada passo ouço dizer: “ A opinião publica sobre determinado acontecimento ou figura, é esta ou aquela.”
Mas, o que é a opinião publica, se não o espelho da mass-media?
Vai o repórter à rua. Interroga o cidadão. Pede parecer. Questiona.
Uns, param; outros, escapam de acanhamento… e ainda outros diva- gueiam…
Colhe as respostas. Vai para a redacção, e “cozinha” os pareceres; e afirma: a opinião pública é esta: sobre o imposto, o politico, a figura publica.
Na verdade, mesmo que o jornalista seja correcto – o que nem sempre é, – o que escutou, foi o que o cidadão: ouviu, viu ou leu…na mass-media.
O parecer depende, quase sempre: do jornal que se lê; da rádio que se ouve; do canal de TV, que se costuma escutar.
Também se forma opinião, consoante o local em que se vive; a Igreja que se frequenta; os amigos que se tem; e a posição que se ocupa no xadrez da vida.
Já o militante de partido político, segue, em regra, o pensar do líder, mormente se pretende cargozinho: na base ou na cúpula.
O mesmo acontece ao fanaticozinho desportivo, que vive as vitórias, e as derrotas do seu clube, intensamente, muitas vezes, mais do que os problemas familiares…
Mas, todos se convencem, que pensam pela própria cabeça, e não pelo que lhe dizem. 
Mesmo o intelectual – a não ser a pequena elite, – sofre a influência do que se diz e se pensa.
Para se ter parecer próprio, é necessário: reflexão e meditação. Examinar os porquês, que se escondem: nas palavras, nos gestos e atitudes; confrontar opiniões, e por fim concluir.
Só encontrei um homem (diria melhor: mulher, que se dava a esse trabalho… e mesmo assim errava algumas vezes.
Em suma: a opinião publica, em regra, é a que interessa à elite e aos fazedores de opinião.
Nada mais.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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