(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Certa noite de Outono, em amena conversa com familiar, este, declarou-me, parecendo sincero:
- “Não acredito em muito que me ensinaram. Por exemplo: a existência do Diabo “.
Satanás, não é a figura grotesca, de cornos e forquilha, que os pintores de antanho, representavam, nem as caricaturas dos livros devotos de outrora, cujas vestes são utilizadas, por muitos, no Carnaval e Réveillon.
Lúcifer, durante longo tempo – antes do aparecimento de Adão, – foi “príncipe”, que convivia com o Todo-poderoso, administrando parte do Universo.
Segundo a Bíblia, o Reino do Céu é governado por espíritos, que administram: principados, denominações, tronos e potestades – Col:1,16.
Satanás ocupava lugar de relevo; revoltou-se, porque queria ser semelhante ao Omnipotente. Desceu aos céus inferiores, e desde então, o Cosmo dividiu-se; entrando em conflito.
Por desobediência (pecado), o primeiro homem, a quem Deus concedera livre arbítrio, veio a perder a “imagem” de Deus, ficando com a imagem dos progenitores, e herdeiro do pecado original.
Desorientado, o Homem, procurou e procura na Filosofia e na técnica, o bem-estar, e a paz, perdida por Adão.
Deus enviou, então, o Filho, para chamar o Homem à razão.
O Diabo tentou-O, mas Cristo resistiu:
.-“Vai-te Satanás! Porque escrito está: ao Senhor, teu Deus, adorarás e a Ele só servirás. - Mt.4:10
Lúcifer, desconfiava, mas não estava seguro, ,nessa ocasião, que Jesus era o Salvador.
Cristo, ensinou a única conduta que nos levaria à liberdade plena: ao bem-estar, que gozava o primeiro homem; mas, os homens, apesar, dos extraordinários milagres realizados, e da pureza da doutrina, não O aceitaram: tinham os olhos cerrados e as orelhas tapadas.
Por causa da influência do Diabo, o Homem não consegue libertar-se do Mal (do pecado,) levado pela tentação. Só com o auxílio de Deus é que pode resistir-lhe.
Jean Guitton *, em: “O Trabalho Intelectual”, explica o que é a tentação: “ É estar-se às voltas com uma imagem que se sente que irá agir sobre as nossas glândulas, evidente que uma certa maneira de orientar o esforço para dissipar a imagem corre o risco de a intensificar. O corpo não conhece a diferença entre sim e não. Dizer: “ Não Tenho medo, não quero ter medo desta granada” é aumentar imagens que nos são adversas. Não querer tremer nos momentos de medo, aumenta o estremecimento. Irritar para não ceder à tentação é dispor-se a ceder ainda mais depressa. É por isso que se pede ao Pai do Céu para não ser tentado e não para resistir, que é muito difícil.”
O Diabo não está vencido. A Bíblia adverte-nos, que virá o Anticristo (Ap.16,13-Jo:2,18), o falso Messias, que enganará muitos. Fundará nova (a sua) igreja. Avisa, também, para se estar vigiante, porque o Príncipe das Trevas, procurará arrebatar as almas a Deus.
Eis, em suma; o que foi, e o que é, o Diabo. Que existe, não tenho dúvidas, e que continuará a influenciar tudo e todos, provocando o mal que pode. Todos nós o sentimos, e o vemos na nossa vida, e na vida da sociedade.
* - Escritor e filósofo, amigo de Pio XII, Paulo VI e Mitterand. Professor da Sorbonne e membro da Academia d França. Defino Guitton, considerou-o: “O Pascal do nosso tempo.”
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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