O responsável máximo pela Saúde no distrito de Bragança, Carlos Vaz, expressou hoje preocupação com os casos importados na situação sanitária da região, embora garanta que os hospitais estão mais preparados para uma eventual segunda vaga de covid-19.
A pandemia “trouxe melhorias” aos serviços, tanto ao nível de equipamento como de recursos humanos, com novas contratações de pessoal, a quase duplicação de ventiladores para cerca de 40, a remodelação da ventilação com extratores de alta potencia e novos circuitos para segurança nos três hospitais da região, concretamente Bragança, Mirandela e Macedo de Caleiros.
O distrito de Bragança esteve quase 15 dias sem novos casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus e não tinha doentes nos cuidados intensivos até nos últimos dias começarem, a surgir novos positivos a partir de pessoas que visitaram a região, como indicou hoje o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, Carlos Vaz.
O desconfinamento “fundamentalmente depois o mês de agosto, com a abertura das fronteiras e o regresso dos emigrantes” são agora a “grande preocupação” do responsável pelos serviços de saúde na região.
“O distrito esteve quase 15 dias sem nenhum caso, mas nos últimos tivemos sete, oito casos, todos vindos de Lisboa e Vale do Tejo, gente que veio de férias nos feriados. A nossa grande preocupação é que essas pessoas estão assintomáticas, mas estão com os pais, estão com os avós”, declarou.
Nos casos mencionados, “a Saúde Pública fez o rastreio de todos os contactos e estão a aparecer, nalgumas aldeias, algumas pessoas que foram contagiadas”, acrescentou.
“A gente nova aguenta bem muitos nem dão por ela que têm o vírus, mas ao contactar os avós, os pais, pode criar novas bolsas de pandemia que nos preocupa muito, daí nós mantermos a estruturas todas e estarmos preparados para uma segundo vaga”, afirmou.
O distrito de Bragança contabiliza, cerca de 250 casos confirmados de infeção, de acordo com o relatório da Direção-Geral da Saúde, e 24 mortes associadas à covid-19, sendo que o número de óbitos se mantém há várias semanas.
Nos três hospitais da região, que servem cerca de 130 mil utentes, há 18 pessoas internadas e apenas uma nos cuidados intensivos, segundo a ULS do Nordeste, que já fez cerca de 17 mil testes desde o início da pandemia.
O presidente da Unidade Local de Saúde garantiu hoje que os serviços estão agora “muito melhor preparados do que no início, com reservas de material e equipamento, desde fatos a máscaras, que no principio ninguém tinha, não havia no mercado e foi muito difícil”.
Carlos Vaz rejeitou hoje que o hospital de Bragança tenha sido um foco de contaminação, como referiu recentemente o presidente da Câmara, Hernâni Dias.
O administrador confirmou que 50 profissionais testaram positivo e toda a área de influência da ULS, concretamente nos três hospitais e 12 centros de saúde.
“É compreensível que sendo a ULS a maior empregadora do distrito, com cerca de dois mil funcionários, grande parte deles jovens, haja alguns contágios”, considerou, indicando que “estão praticamente todos recuperados”.
O presidente da ULS do Nordeste falava à margem da assinatura do auto de consignação para obras de três milhões de euros no hospital de Bragança para ampliação e remodelação do bloco operatório, novo laboratório de patologia clínica e novo serviço de esterilização.
No edifício do hospital devem estar concluídas “dentro de pouco mais de um mês” outras obras em curso para a mudança da Medicina Interna para o quarto piso.
Estão ainda previstas outras empreitadas para a ampliação dos cuidados intensivos e para a eficiência energética nos três hospitais do distrito, com o propósito de reduzir “cerca de 25 a 30% o consumo de energia”.
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