sexta-feira, 4 de setembro de 2020

UTOPIA

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Como doem os abraços,
No aperto de um peito desesperado!
Como doem os beijos,
na ausência de carinho.
Doem os lábios, nas palavras não ditas.
Nas promessas esquecidas
Nas juras interditas!
Que gritem os afectos
Que reclame o amor
Que se cale a dor
Que se acenda o calor.
A vida está fria.
A noite inquieta.
O desejo morreu,
Extinguiu-se o fulgor.
E a vida leva-me
A vida, vai-se
A boca, morde-me
A felicidade foge-me
E eu vestida de frio
Fico, á espera de afagos
Escalando, paredes húmidas,
Em tempestades de sonhos
Em noites de insónia
Naquelas noites…
em que os sentidos fervilham.
Em lençóis de utopia
Onde adormece a vontade
Onde acorda a saudade.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

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