A aldeia de Palaçoulo, em Miranda do Douro, Bragança, foi o local escolhido para a localização do futuro Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja. A obra orçada em seis milhões de euros constitui um marco, uma vez que há 128 anos que não se construía um mosteiro em Portugal.
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O Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja, a sua designação oficial, visa acolher as monjas da Ordem Cisterciense da Estrita Observância (OCSO), também conhecidas por irmãs Trapistas. Espera-se que 40 religiosas fiquem a morar no local, dedicando-se à contemplação e a actividades agrícolas.
A obra deverá ficar concluída em Outubro deste ano e custa 6 milhões de euros. Parte do valor será pago pela Ordem, para o restante as Irmãs contam com a “providência divina” e com os seus labores na agricultura e no artesanato.
O Mosteiro fica situado numa área de 30 hectares, em terrenos que foram doados pela população de Palaçoulo. Além de uma Igreja, a obra inclui uma hospedaria, um claustro para oração e áreas dedicadas ao cultivo e à pecuária, uma vez que as monjas pretendem ser auto-suficientes.
As monjas justificam a escolha para a localização do Mosteiro com “a generosidade dos fiéis de Palaçoulo” que doaram o terreno e com o “pedido do Monsenhor José Cordeiro, Bispo da diocese de Bragança-Miranda”, que estava “ansioso por ter um mosteiro na diocese que testemunhe a centralidade da vida evangélica e litúrgica”. A devoção a Nossa Senhora de Fátima também explica a escolha.
D. José Cordeiro já afirmou que voltar a ter um “mosteiro beneditino, 472 anos depois do encerramento do mosteiro de Castro de Avelãs”, é um “pequeno milagre”.
“Desde a construção do Mosteiro de São Bento de Singeverga, em Santo Tirso, há 128 anos, que não se construía um mosteiro em Portugal”.
As primeiras monjas chegaram a Palaçoulo até Outubro, altura em que se espera que a obra esteja concluída. E já estarão preparadas para comunicar com os habitantes locais, uma vez que já terão aprendido a falar e a escrever as Línguas Portuguesa e Mirandesa.
O bispo da diocese de Bragança–Miranda, José Cordeiro, defendeu que o futuro mosteiro trapista que está a ser erguido em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, vai contribuir para a coesão territorial do Nordeste Transmontano.
“Temos já muitos pedidos de pessoas de Portugal e de Espanha para vir conhecer o mosteiro e acredito que existem muitos jovens a inquietar-se para perguntar pela vida monástica”, disse José Cordeiro, no âmbito de uma visita às obras da Casa de Acolhimento do mosteiro trapista.
O bispo assegura que a conclusão da Casa de Acolhimento e do mosteiro vão contribuir para o desenvolver o turismo religioso nesta diocese do Nordeste Transmontano, “já que as visitas ao local começam a ser frequentes”.
As obras da Casa de Acolhimento do mosteiro entraram na sua reta final e em Palaçoulo já se encontram as primeira duas de 10 religiosas da ordem Cisterciense da Estrita Observância que vão permanecer “em clausura” naquele complexo religioso.
Segundo José Cordeiro, o mosteiro, ao ser construído em tempos de pandemia, pode ser encarado como uma resposta a tempos difíceis, “porque quem aqui vier vai sentir uma paz no seu coração”.
Esta ordem religiosa (ligada ao Mosteiro de Vitorchiano, em Itália) vem para Portugal “e está vocacionada para a vida contemplativa”, trazendo ao Nordeste Transmontano “uma mensagem de paz para todos aqueles que aqui se deslocarem, o que obriga as pessoas a virem cá em busca do silêncio, da fé e da contemplação”, referiu o bispo, em junho de 2019.
A Casa de Acolhimento é a primeira fase do futuro mosteiro que as monjas vão habitar, cujas obras estão previstas para o primeiro semestre de 2021.
“Nós vamos ficar aqui para sempre. Ainda não existe uma data marcada para a chegada das outras oito monjas que vão habitar nesta comunidade devido à pandemia, o que não permite fixar uma data para essa chegada”, vincou a superiora, irmã Josefina.
Futuro Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja em Palaçoulo |
Por seu lado, o padre António Pires, procurador das monjas italiana em Portugal, disse que a vida monástica no país é praticamente inexistente, prevendo que todo o complexo religioso incluído o mosteiro, esteja concluído em 2023.
O complexo religioso, que terá capacidade para 40 monjas e será “orientado para a contemplação e culto divino dentro do recinto e segundo a regra de São Bento”, sendo o custo suportado integralmente pela Ordem formalmente designada Cisterciense da Estrita Observância e custará seis milhões de euros.
Numa primeira fase, ou seja, até novembro, 10 monjas vão ocupar o espaço religioso já que, segundo as regras desta comunidade monástica, não se pode construir uma ordem com menos de 10 religiosas.
O empreendimento religioso está orçado em seis milhões de euros e vai ocupar uma área de 30 hectares de terrenos que foram cedidos, permutados ou comprados pela Paróquia de S. Miguel de Palaçoulo e situados no lugar de Alacão, a cerca de três a quatro quilómetros da aldeia de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro.
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