Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Maternalmente. A paz ainda é possível. A vida renasce no silêncio do esquecimento. As cigarras amaciam a tarde dos lameiros. E a aldeia anima-se. De novo o vizinho albarda a burra, junge as vacas e vai à sua vida. Campos lavrados. Infindos...
E as memórias são o novelo que se desenrola nos dedos da circunstância e do acaso.
...se não estudas vais aprender a sapateiro com o teu tio Aníbal!
...estudei, mãe! E aprendi coisas que não servem para nada.
...a terra anda e o sol está parado! Galileu lunático e temeroso da inquisição!... e eu todos os dias vejo um sol magnífico e esplendoroso caminhar vagaroso... vermelho... poderoso para o recato da serra de Nogueira onde habita... minha nossa senhora da Serra.!
...se fosse sapateiro talvez fosse mais feliz e talvez os meus clientes dissessem: - o Calado é que faz uns sapatos bons e bonitos!
- E os outros respondiam: - Pudera é sobrinho do tio Aníbal, do tio Luís e do tio Augusto os melhores oficiais sapateiros da região!…
...estudei mãe e as palavras às vezes pesam-me neste sentimento profundo da inutilidade.
...a nossa horta de Valeguimbra era fresca, tinha um poço e a nossa burra era tão mansa!
...tenho saudades tuas... se puderes fica pertinho e diz-me uma coisa bonita!
E as memórias são o novelo que se desenrola nos dedos da circunstância e do acaso.
...se não estudas vais aprender a sapateiro com o teu tio Aníbal!
...estudei, mãe! E aprendi coisas que não servem para nada.
...a terra anda e o sol está parado! Galileu lunático e temeroso da inquisição!... e eu todos os dias vejo um sol magnífico e esplendoroso caminhar vagaroso... vermelho... poderoso para o recato da serra de Nogueira onde habita... minha nossa senhora da Serra.!
...se fosse sapateiro talvez fosse mais feliz e talvez os meus clientes dissessem: - o Calado é que faz uns sapatos bons e bonitos!
- E os outros respondiam: - Pudera é sobrinho do tio Aníbal, do tio Luís e do tio Augusto os melhores oficiais sapateiros da região!…
...estudei mãe e as palavras às vezes pesam-me neste sentimento profundo da inutilidade.
...a nossa horta de Valeguimbra era fresca, tinha um poço e a nossa burra era tão mansa!
...tenho saudades tuas... se puderes fica pertinho e diz-me uma coisa bonita!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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