O Centro de Educação Especial de Bragança lançou um desafio às instituições de saúde mental e deficiência de todo o país. O pedido foi simples, reunir assinaturas, que agora resultam na exposição “Assinatura e Identidade”.
Anabela Pires, diretora técnica do centro, explica que o projeto prevê dar visibilidade à identidade da pessoa com deficiência e dos seus cuidadores, através da sua assinatura, permitindo que cada um afirme o seu valor e identidade no mundo.
“Para além dos cuidados básicos de saúde, dos cuidados de assegurar tudo e qualquer necessidade primária, também é necessário entender que há uma identidade por trás de cada pessoa e que essa mesma identidade deve ser promovida e mantida pela instituição. É uma iniciativa simples, mas é uma iniciativa que entendemos profunda e de impacto, que vai além daquilo que seria um mero show social. Temos aqui uma componente profunda e de mexer com a identidade das instituições, com a forma como se trabalha nas organizações hoje em dia”, contou.
A mostra, que reúne mais de quatro mil assinaturas, de 82 instituições, foi apresentada ontem, no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, no Conservatório de Música e Dança de Bragança.
“Estas pessoas, que acolhemos continuam a ter a identidade inscrita, É uma questão apenas de sensibilização. Para esta situação, manter o Sr. António como o Sr. António que assina. E a assinatura é eterna. Foi lançar esse desafio, alguns já nem se lembravam. Ouvimos dizerem ‘Ai, eu não sei como se faz. Ai, já não sei como se escreve um J. Olha, deixa lá, eu faço com o dedo. Não, tente’. Este tente é tanta tentativa para o tente como para o colaborador”, explicou.
Anabela Pires diz ainda que se apostou em lançar o desafio a instituições de todo o país porque é fundamental sair de portas.
O desafio foi lançado a mais de quinhentas instituições. O número não é estanque, dado que muitas continuam a fazer chegar a sua participação.
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