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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Produtores do distrito cada vez mais alarmados com rebusco da castanha não autorizado

 O rebusco não autorizado parece não ter fim à vista no distrito de Bragança
À semelhança de outros anos, dezenas de pessoas, alegadamente de origem búlgara e romena, estarão a invadir soutos e a apanhar castanhas sem a permissão dos proprietários. Pelo distrito, o problema não é novo mas continua a alarmar os produtores, que dizem já não saber mais o que fazer.

A antiga tradição do rebusco, em que quem tinha castanheiros permitia a quem não os tinha que apanhasse as últimas castanhas, como forma de obter algum sustento, está a enraizar-se nestes cidadãos, mas os produtores de algumas aldeias do concelho de Bragança queixam-se de estar a ser lesados até porque quem lhes compra o produto sabe que é roubado. “Atravessei-lhe o carro, há dias, num souto e não lhe deixei sair os carros. Liguei à GNR que disse que iria ver o que se passa. O importante aqui era apanhar quem lhe compra as castanhas aos búlgaros porque sabe que está a comprar castanhas roubadas”, explicou Carlos Rodrigues, da aldeia de Soutelo. “Não temos mão neles. Se for alguém que imponha respeito vão-se embora. Se for alguém que não os intimide eles chegam a virar-se às pessoas. Vão para cima e para baixo e passado meia hora voltam a estar no mesmo sítio”, contou Pedro Ferreira do Parâmio. “Já não somos donos destas nossas propriedades. Isto está incontrolável. Vemo-los passar aqui todos os dias. Chegamos a abordá-los e mandá-los embora mas saem dos nossos soutos e vão para os dos vizinhos”, referiu Manuel João Fernandes, também do Parâmio. “Já me levaram castanhas de dois soutos, pelo menos. Temos aqui um grave problema e ninguém consegue dominar essa gente”, disse Alcino Afonso, de Oleiros.

Os produtores explicam ainda que a GNR tem realizado algumas patrulhas e que chega a expulsar estas pessoas dos soutos mas de pouco serve. Apesar de tudo, ainda que queiram apresentar queixa, dizem esbarrar em diversas burocracias que os fazem desistir. “Disse que não os apanham. Então eu vejo-os e eles não os veem?”, disse Carlos Rodrigues. “Fazem o papel deles mas tudo esbarra em burocracias”, explicou Pedro Ferreira. “Temos que ter duas testemunhas em como foram apanhados nos soutos, temos que pôr um processo em tribunal. É complicado e a única coisa que lhe acontece é nada”, referiu Manuel João Fernandes. “Entram pelos caminhos dos soutos e ninguém os impede. Quando a GNR vem eles saem e depois da GNR ir embora voltam”, explicou Alcino Afonso.

Carlos Fernandes, presidente do Agrupamento de Produtores de Castanha de Transbaceiro, considera que a actuação das entidades oficiais devia ser outra. “A roubalheira continua à luz do dia e com conhecimento de todas as entidades oficiais. Os produtores sentem-se desprotegidos, abandonados e deixados à sua sorte. Parece que ninguém quer enfrentar a situação. Eu não posso sair do circuito legal da comercialização da castanha, porque se não entro pela madeira dentro, mas eles podem porque há receptadores”.

Pelo concelho de Vinhais também há queixas e, à semelhança de Bragança, é um problema bem conhecido dos produtores. Amável Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia de Edrosa, confirma que a situação já se estende a mais aldeias que noutros anos. “são búlgaros e romenos que vão para ali e para mais aldeias, nomeadamente Penhas Juntas. Só com autorização do proprietário é que podiam andar nos soutos e este ano parece que a coisa correu mal. Tem-se queixado muita gente, em Melhe e na Edrosa”.

O capitão Pedro Pino, Oficial de Comunicação e Relações Públicas da GNR de Bragança, apela aos produtores para que façam queixa quando sejam vitimas deste tipo de crime. “A GNR, quer a nível nacional, quer no distrito de Bragança, tem desenvolvido acções no âmbito da Operação Campo Seguro, em concreto também para a castanha. Há um reforço do policiamento nestas zonas em que há uma maior produção deste produto e, nalguns anos, já foram feitas várias detenções em flagrante. Todos os produtores lesados devem comunicar esses factos e a GNR procederá às diligências. Sempre que há suspeita de um crime, os factos são comunicados ao tribunal competente, ao Ministério Público, neste caso”.

Estes cidadãos estarão a vender as castanhas sem as imposições a que são sujeitos os produtores, sendo este um dos maiores motivos de indignação.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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