O objetivo é fazer música e levá-la às pessoas de forma adaptada à nova realidade criada pela Covid-19, como explica Paulo Preto, um dos elementos:
“Vamos tocar na rua sem promover o ajuntamento das pessoas, cumprindo as regras que estão implementadas por causa do vírus. Sem prejudicar ninguém, queremos que as pessoas sintam que a música e as festas ainda existem, e é isso que queremos sinalizar.
Estamos adaptados com todos os cuidados, vamos parar pelas esplanadas e para quem quiser que nos toquemos.
Apresentamos o projeto às câmaras municipais e às instituições responsáveis.”
O grupo é criado por cinco músicos do nordeste transmontano: três de Bragança, um de Macedo e outro de Sendim. Na génese está a música tradicional:
“É a música que faz sentido neste contexto.
Temos uma tuba, um acordeão, gaita-de-foles, clarinete e pandeireta.”
A estreia aconteceu em Macedo de Cavaleiros e agora o grupo vai continuar com atuações. que Paulo Preto lamenta que tenham de acontecer fora do território da CIM Terras de Trás-os-Montes devido às limitações impostas:
“A CIM Terras de Trás-os-Montes decidiu não haver manifestações musicais no nordeste transmontano, mas os nossos colegas músicos pelo resto do país estão a trabalhar, sempre com as devidas regras.
As autarquias, por mais que dêem bom feedback, dizem que não devido à legislação.
Estamos disponíveis, temos muita vontade de tocar, e se as aldeias nos convidarem, visto que este ano não há festas, vamos lá.
Já temos convites e vamos tocar fora do nordeste transmontano.”
Rui Santos é um dos músicos do grupo, natural de Macedo de Cavaleiros. Vive da música e conta que não têm sido tempos fáceis:
“No meu caso a música é a minha subsistência, é do que vivo.
Este ano tem sido complicado por não haver festas ou oportunidades.
É complicado, as poupanças começam a escassear e as contas acumulam.”
E enquanto se aguardam dias melhores, o grupo vai tentando levar alguma alegria às populações num ano em que não há festas e são poucas as manifestações culturais.
Escrito por ONDA LIVRE
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