Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Houve um tempo em que o café era quente… e os amigos ficavam… no remanso da tarde…. Sorrisos e conversas longas… política e futebol… filosofia e religião… ciência e mezinhas…
Houve um tempo em que partilhávamos o estar no aconchego da mesa… sem medo.
… e não demos valor!
Houve um tempo em que o abraço era quente e as mãos se davam… no passeio ao entardecer.
Houve um tempo em que íamos à festa e nos perdíamos no rebuliço do arraial.
… e não demos valor!
Houve um tempo em que andávamos à chuva… ao sol… e sem medo dizíamos bom dia a toda a gente… dá-me dois beijos! Que saudades!
Houve um tempo em que o coração batia perto do outro nas ruas tumultuosas da cidade.
… e não demos valor
Houve um tempo em que todos os dias íamos para escola, para a repartição, para a fábrica, para os campos, para o mar, para o hospital, para a esquadra, para o quartel, para o jornal, para a rádio, para o lar… fazer pela vida... e regressávamos a casa… repetindo rotinas e gestos cansados.
Houve um tempo em que íamos de férias… comíamos em restaurante… matávamos a sede em bares apinhados… fazíamos cruzeiros… visitávamos monumentos…museus… íamos ao rio pescar… em abril saímos à rua na sede da Liberdade e demos abraços como se não houvesse amanhã.
… e não demos valor!
Um dia… simplesmente um dia… sirvam-me um café no meu café da Praça da Sé… sem pressa… Abracem-me sem medo no sentir do coração… devolvam-me as ruas cheias de gente… digam-me que é domingo e hoje não se trabalha… somente apertem a minha mão
… e a estas pequenas coisas darei muito valor!
Houve um tempo em que partilhávamos o estar no aconchego da mesa… sem medo.
… e não demos valor!
Houve um tempo em que o abraço era quente e as mãos se davam… no passeio ao entardecer.
Houve um tempo em que íamos à festa e nos perdíamos no rebuliço do arraial.
… e não demos valor!
Houve um tempo em que andávamos à chuva… ao sol… e sem medo dizíamos bom dia a toda a gente… dá-me dois beijos! Que saudades!
Houve um tempo em que o coração batia perto do outro nas ruas tumultuosas da cidade.
… e não demos valor
Houve um tempo em que todos os dias íamos para escola, para a repartição, para a fábrica, para os campos, para o mar, para o hospital, para a esquadra, para o quartel, para o jornal, para a rádio, para o lar… fazer pela vida... e regressávamos a casa… repetindo rotinas e gestos cansados.
Houve um tempo em que íamos de férias… comíamos em restaurante… matávamos a sede em bares apinhados… fazíamos cruzeiros… visitávamos monumentos…museus… íamos ao rio pescar… em abril saímos à rua na sede da Liberdade e demos abraços como se não houvesse amanhã.
… e não demos valor!
Um dia… simplesmente um dia… sirvam-me um café no meu café da Praça da Sé… sem pressa… Abracem-me sem medo no sentir do coração… devolvam-me as ruas cheias de gente… digam-me que é domingo e hoje não se trabalha… somente apertem a minha mão
… e a estas pequenas coisas darei muito valor!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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