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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

UM JOVEM DE SUCESSO, EM 1866

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

A 14 de Novembro de 1839, nascia no Porto, na Rua do Reguinho, em família burguesa, Joaquim Guilherme Gomes Coelho, que veria a ser conhecido como escritor, com o pseudónimo de Júlio Dinis.
No meu tempo de menino e moço, Júlio Dinis, era o escritor dos adolescentes. Não havia rapaz ou moça, que não se deliciasse com as obras, escritas em estilo simples, fluido e acessível a todos.
Aos cinco anos de idade, falecera-lhe a mãe – de descendência inglesa, – vítima de tuberculose, assim como lhe morreram os oito irmãos, com a mesma doença.
Cursou a Escola Médica do Porto, como aluno excecional, e veria, mais tarde a ser professor da mesma.
Começou a publicar poesia no: "Grinalda" e no " Jornal do Porto", até que, a 12 de maio de 1866, apareceu folhetim, no: " Jornal do Porto", intitulado: " As Pupilas do Senhor Reitor" - " Crónica da Aldeia".
Nessa recuada época, quase todos os diários e até semanários, publicavam folhetins. Romances em capítulos, mais tarde, muitos deles vieram a serem publicados em livro. Alguns romances de Camilo surgiram primeiro em folhetim, antes de aparecerem em formato de livro.
Nessa época, como se sabe, não havia Tv, Rádio ou Cinema. O enredo dessas novelas e seus autores, tornavam-se rapidamente, tema de conversas, em clubes e serões familiares  
Andava a cidade do Porto em polvorosa, indagando curiosos quem seria Júlio Dinis. Entre eles contava-se seu pai, o Dr. Gomes Coelho. Até que, por mero acaso, entrando no quarto do filho, encontrou sobre a secretária, manuscritos do romance, prontos a serem entregues na redação do jornal. Júlio Dinis tinha-os deixado sobre a banca de trabalho.
Estava descoberto o segredo...e satisfeita a curiosidade...
" As Pupilas do Senhor Reitor" despertaram forte interesse no meio literário português.
Dizia-se, que fora escrito em estilo " incolor"; ou seja: transição do romantismo para o realismo.
Pinheiro Chagas, Alexandre Herculano, entre outros, teceram palavras de louvor. Até o velho Camilo, em carta a Castilho, datada de 2 de novembro de 1867, dizia que o jovem tinha talento e chegou o momento de: "entroixar eu a minha papelada, e desempeçar a entrada à nova geração".
Entretanto a doença que há muito sofria, agravou-se. Júlio Dinis, trocou os ares da sua cidade, por Ovar ou (Grijó?)
Acabando, em 1869, ir para o Funchal, sem conhecer melhoras, vindo a falecer na cidade do Porto, a 19 de setembro de 1871, na Rua Costa Cabral, 323, com trinta e dois anos.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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