Escavações arqueológicas realizadas no verão passado confirmam a tradição oral que passou entre gerações na aldeia e que dão conta que ali terá existido uma fortificação. “Ficou provado que existiu um castelo ainda galego neste local, que foi destruído na criação de Portugal. O que me disseram é que foram encontrados vestígios com cinco mil anos com registo de várias ocupações”, explicou o presidente da junta de freguesia, Alex Rodrigues.
O local, conhecido como Castelo de Pinela, dispõe de um marco geodésico na sua penha máxima (cota 964 m), altitude que lhe confere vistas sobre um largo horizonte até à Serra da Nogueira e diversas aldeias circunvizinhas, e que poderá vir a ser aproveitado para instalar um miradouro. A junta de freguesia submeteu uma candidatura no valor de 124 mil euros à Corane – Associação do Desenvolvimento da Terra Fria para criar a Rota das Raízes da Cerâmica e o miradouro pode ser incluído neste projeto de valorização do local. Tudo indica que o castelo estava construído em cima das fragas que existem no local. Se a candidatura for aprovada, Alex Rodrigues diz que vão criar uma estrutura “que vai de encontro ao que seria a antiga fortificação, em termos de base e altitude, para perceber o enquadramento histórico e geográfico, uma vez que da elevação é possível ver castelo de Rebordãos, bem como os de Outeiro e de Algoso (Vimioso)”.
As escavações foram realizadas depois de a junta de freguesia ter submetido a proposta aos Orçamentos Participativos do Município de Bragança em 2018 e 2019 que contemplou ainda o restauro do forno de cerâmica de Pinela. A informação está ainda a ser processada. Mas o Mensageiro apurou que entre os achados há pontas de lanças, ossadas e cerâmica.
A Rota das Raízes da Cerâmica vai passar por vários locais da freguesia de Pinela, como a fonte de mergulho, moinho, passando pelo forno e pelo centro interpretativo da cerâmica (antiga escola primária), onde vai ser criado um espaço com rodas de oleiro, bufa elétrica, e outras valências para instalar um coworking /Artesão no meio rural.
Para uma zona próxima do castelo está prevista a construção de um hotel, cuja obra poderá ter início em maio de 2022. O projeto é do grupo português Água Hotels, que escolheu Pinela para construir a sua nova unidade, onde vai investir nove milhões de euros.
No passado dia 24 de novembro, a administração do grupo hoteleiro reuniu-se em Pinela com empresários agrícolas para dar a conhecer o projeto da unidade. “A ideia é trabalhar em parceria porque eles [hotel] vão comprar os produtos locais aqui. Têm todo o interesse em que se dinamize o local para criar história”, afirmou o autarca.
A unidade terá acesso privilegiado ao castelo de Pinela. Durante a construção do hotel prevê-se que os trabalhadores se instalem na aldeia e que se construa um mini-estaleiro para os alojar, estando em estudo a possibilidade de ser o centro de dia a assegurar as refeições.
Sem comentários:
Enviar um comentário