“Estranhamos que a direção cessante da Liga tenha assinado este novo protocolo com o INEM e não tenha acautelado estas situações. Este protocolo prejudica-nos porque vem diminuir as verbas transferidas para a associação”, acrescentou.
Os combustíveis estão a aumentar, mas segundo aquele responsável desde 2012 que o valor do quilómetro não é atualizado. “No caso da nossa associação significa uma redução, no caso de outras mais pequenas pode ser um aumento. Nós não queremos discutir se uns recebem mais ou menos porque o que está em causa é o que devia ser justamente transferido e o que devia ter sido acautelado devia ser um aumento substancial porque os custos são maiores”, indicou Luís Gonçalves.
José Fernandes, antigo comandante dos Bombeiros de Bragança, e membro da Direção da Liga Portuguesa de Bombeiros, votou contra o novo protocolo com o INEM. “Este protocolo é prejudicial para muitos corpos de bombeiros. Fez o recalculo do que havia e isso significa para mês, é muito dinheiro porque ao fim do ano são menos 24 mil euros que a corporação deixa de receber. Foi feita uma média dos quilómetros que nós fazíamos, recebíamos o mesmo se o serviço fosse em Bragança ou em Quintanilha ou Rio de Onor, agora há uma tabela para Bragança e para as outras localidades pagam os quilómetros que andarmos, mas é-nos paga o quilómetro a menos que um simples transporte de doente que numa ambulância normal é 0,51, mas aqui é menos. Para o serviço tem que ir dois elementos, uma ambulância equipada que é cara”, admitiu José Fernandes.
Os bombeiros de Bragança percorrem uma média de oito mil quilómetros por dia. “Dava para ir e vir a Moscovo”, afirmou José Fernandes.
Outra leitura do protocolo faz o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Bragança, que admite que o assunto “não é tão linear” como refere a Associação Humanitária dos Bombeiros de Bragança. “Algumas associações saem menos beneficiadas. Porque os valores para pagar os serviços prestados em grande número são inferiores ao que eram até agora. Cada corporação que tem posto de INEM (no distrito só não dispõem Sendim, Izeda e Torre de Dona Chama) tem protocolo com três graus de prémio fixo, com pagamento fixo trimestral em função do número de ocorrências. O de grau mais baixo recebia cerca de seis mil euros por trimestre, o segundo oito mil e o terceiro andava pelos 12 mil euros. Somava-se o pagamento pelo serviço prestado, que tinha ver com a distância entre local da ocorrência e o sítio para onde era transportado o doente “, descreveu Diamantino Lopes.
O novo protocolo “tem uma parte mais justa, destaca o presidente da Federação, porque independentemente do número de serviços todas as associações tinham que ter o mesmo dispositivo disponível (viatura e dois homens 24 horas/dia), tinham o mesmo encargo. “Cada operacional custa cerca de 1200 euros por mês e o prémio fixo não pagava os recursos humanos”, referiu.
O novo protocolo entrou em novembro e determina que todas associações independentemente do grau passam a receber o mesmo prémio mensal de quatro mil euros. “Bragança recebe mais quatro mil euros no prémio fixo trimestral do que antes. Mas a receita diminuiu nos serviços efetuados, porque o novo protocolo não valoriza o número de serviços, nem a sua qualidade. Agora também não se faz a diferenciação do tipo operacional que assegura o serviço, porque antes a remuneração também era consoante a qualificação dos operadores. Quanto mais serviços se fazem, até 100 mensais, vai receber mais do que antes, porque o prémio fixo é mais elevado”, descreveu.
Diamantino Lopes acredita que no distrito só os Bombeiros de Bragança irão receber menos, porque asseguram mais de 100 serviços mensais. “Ainda estamos no campo das estimativas, porque o primeiro mês de exercício sob os novos moldes foi o de novembro, ainda não se sabe quanto vamos receber. Ainda não temos o cálculo real”, acrescentou.
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