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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Como registar a natureza num caderno de campo

 Luísa Ferreira Nunes dá-lhe as suas melhores sugestões de como criar e manter um diário da natureza. Comece a documentar o mundo natural que admira tomando notas das suas observações através de palavras ou desenhos.

Luísa Ferreira Nunes. Foto: D.R.

Um diário da natureza é um espaço para desenvolver os nossos pensamentos, sentimentos, ideias, atividades e observações que percepcionamos no mundo natural.
 
Luísa Ferreira Nunes dá-lhe as suas melhores sugestões de como criar e manter um diário da natureza. Comece a documentar o mundo natural que admira tomando notas das suas observações através de palavras ou desenhos.

Um diário da natureza é um espaço para desenvolver os nossos pensamentos, sentimentos, ideias, atividades e observações que percepcionamos no mundo natural. 

Pode ser muito mais do que fazer apenas registos do que vemos.

Sugiro a um principiante uma imersão por alguns minutos numa floresta, num jardim público ou até no quintal da nossa casa. Nos dias agradáveis de primavera gosto de fechar os olhos e tentar identificar sons diversos como os diferentes cantos das aves (não precisamos de saber de que espécies se trata, apenas diferenciá-las); depois sentir a direção do vento, de onde sopra e com que intensidade; sons de um riacho ou de uma queda de água; sons produzidos pela ação da brisa na vegetação, como o abanar das folhas dos choupos junto às margens de um rio.

Assim, pouco a pouco, os seus sentidos sincronizam-se com o ambiente que o envolve e acaba por “ver” e sentir muito mais sobre a natureza do que se se conduzisse apenas pela sua visão.

Depois pode procurar a origem dos sons que escutou ou apenas observar em redor. Lembre-se que é importante estimular a sua curiosidade e talvez questionar-se, por exemplo, sobre a razão de algumas formas, de algumas cores e de alguns comportamentos das espécies.

Pode usar um caderno de capa dura, que dá mais estabilidade à escrita e ao desenho, ou usar folhas de papel separadas e encaderná-las de seguida pelas suas mãos. Pode escolher uma capa relacionada com a região onde está ou com um período do ano.

Não importa se sabe ou não desenhar. Deixe que o seu lápis ou pincel interpretem o que vê. Se se concentrar muito em obter a perfeição do traço pode perder outros detalhes. Desenhar no campo é um acto muito impressivo e cada um o faz à sua maneira. Se quiser ir conhecendo mais sobre o que vai descobrindo, coloque anotações para que mais tarde possa completar as suas descrições e identificações  com a ajuda de guias ou aplicações.

Caderno de campo de Luísa Ferreira Nunes. Foto: Luísa Ferreira Nunes

Agora, alguns aspectos práticos que o poderão ajudar:

Para começar:

Transporte consigo o diário e um lápis para estar pronto para registar as observações sempre que há essa oportunidade;

Quando fizer desenhos, colar pedaços de plantas ou fotografias, anote a data, a hora, o local e aspectos meteorológicos;

Permita que os seus sentidos observem completamente o que está a acontecer em seu redor; 

Registe o que vê, ouve e cheira;  

Use pequenas notas para salientar algumas das suas observações, emoções, pensamentos e ideias. Por exemplo, escolha uma árvore no seu quintal, bairro ou parque local. O que pode notar sobre seu cheiro, casca, folhas, raízes, sementes, frutos? Que tipo de árvore é? Que espécies de animais se encontram na árvore? Qual o tamanho da árvore (altura e largura)? Qual é o papel da árvore neste seu ambiente?  

Não deixe que o estado do tempo o impeça de sair. A natureza acontece quer esteja a chover, a nevar, no meio da ventania ou num belo dia de sol; 

Permita que o diário seja como o início de uma investigação. Procure os nomes e as explicações do que observou;

Caderno de campo de Luísa Ferreira Nunes. Foto: Luísa Ferreira Nunes

Fique atento aos sinais de vida selvagem, como por exemplo pegadas, teias de aranha, ninhos, tocas… Mas não interfira nem perturbe;

Explore os sítios naturais locais. A natureza está espalhada por todo o lado, até num simples canteiro do jardim local.

Ideias sobre o que incluir no caderno de campo:

Medidas / gráficos – procure padrões;

Poesia;

Citações;

Lista de pássaros, plantas, animais, folhas, flores;

Sementes ou frutos de plantas que observou;

Desenhos de pegadas de animais, pássaros, plantas, flores, frutos, nozes.

Que materiais precisa:

Pode usar um lápis macio cujo traço possa apagar facilmente se quiser corrigir; desenhar à vista nem sempre é um acto fluido.

Luísa Ferreira Nunes. Foto: D.R.

Se quiser adicionar cor, pode usar lápis de cor, lápis-aguarela ou mesmo aguarelas. Existem pequenos estojos de preço muito acessível em várias lojas/supermercados.

Aconselho a levar um pincel com depósito de água para não ter de carregar uma pequena garrafa para esse efeito. Estes pincéis vendem-se em lojas de produtos de desenho e pintura.

Quanto ao papel, pode escolher um caderno de desenho ou optar por um bloco de aguarela ou folhas individuais que depois pode encadernar (encontram-se online muitas explicações de como facilmente encadernar folhas soltas).

Luísa Ferreira Nunes

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