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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Feira da Bola Doce regressa a Miranda do Douro entre 13 e 16 de abril

 A Feira da Bola Doce Mirandesa, uma iguaria da Páscoa no Planalto Mirandês, regressa a Miranda do Douro em novo formato, após dois anos de interregno devido às restrições provocadas pela pandemia, foi hoje divulgado.


O certame, que este ano agrega os produtos da terra e os sabores mirandeses, realiza-se entre 13 e 16 de abril, na semana antes da Páscoa, época em que o doce conventual tem um lugar de destaque nas mesas dos habitantes do Planalto Mirandês, no distrito de Bragança.

“Este ano não se realizou a Feira do Sabores Mirandeses, devido às restrições provocadas pela covid-19 e que estava prevista para o passado mês de fevereiro, e assim juntamos o certame com o da bola doce, sendo uma espécie de dois em um, para poder dinamizar a economia local”, explicou à Lusa a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helenas Barril.

Assim, juntam-se bola doce mirandesa aos folares, aos enchidos, aos produtos da terra e à carne proveniente das raças autóctones num só certame, que promete, igualmente, animação musical e as danças dos pauliteiros, bem como um concerto com os grupos locais de música tradicional Galandum Galundaina e Trasga, entre outros elementos culturais da região.

Este ano são esperados 45 expositores no certame, que vai decorrer um espaço especialmente preparado para o efeito situado no centro histórico da quinhentista cidade de Miranda do Douro.

“Vamos assim, desta forma, tentar dinamizar a economia local já que há produtores que aproveitam estes certames para escoar os seus produtos. Nos dois últimos anos, os certames [Sabores Mirandeses e Feira da Bola Doce] foram realizados ‘online’”, indicou a autarca.

No que respeita à bola doce, trata-se de uma iguaria de textura diferenciada, o que lhe permitiu ganhar visibilidade fora do seu território.

A bola doce é um dos ícones da doçaria conventual do Planalto Mirandês, confecionada com canela e açúcar às camadas, sendo amassada à mão, cozida num forno tradicional e servida na Páscoa.

Para confecionar este folar, os ingredientes terão de ser bem selecionados e a massa bem esticada para dar origem a um doce húmido, com camadas muito finas separadas por canela e açúcar.

Segundo a tradição mais antiga, esta bola é confecionada com farinha de trigo, ovos, canela, açúcar, fermento padeiro, manteiga, azeite e sal.

A bola doce mirandesa deixou de ser um fenómeno sazonal e assumiu o papel de produto regional que já é vendido durante todo o ano em Lisboa, no Porto e em alguns pontos de França e Espanha.

Segundo o historiador António Rodrigues Mourinho, a bola doce é uma peça de pastelaria com origem, pelo menos, em tempos dos descobrimentos portugueses.

"Há registos pelo menos desde 1510 que indicam [esta como] a data mais provável da introdução da bola doce nas mesas dos habitantes do Planalto Mirandês. A tradição foi herdada dos conventos ou de famílias do clero e de gente rica. O povo foi modificando a maneira regional, dando-lhe uma forma e sabor próprios que a distingue da doçaria de outras regiões", afiançou o investigador.

Dadas as suas características, foi dado início a um processo de registo da bola doce para que seja considerada um "produto genuíno" da região do Planalto Mirandês.

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