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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Passeio Verde na Rota da Terra Fria: Lobos, veados e a cascata secreta do Poço Negro

 O Parque Natural de Montesinho, às portas de Bragança, é um dos mais importantes do país por guardar no território mais 250 espécies de animais, com destaque para o lobo e para os veados. Existem vários trilhos assinalados e várias empresas que ajudam a descobrir a natureza exuberante de Trás-os-Montes.


Com temperaturas negativas e muitas vezes coberto de gelo e neve, o Parque Natural de Montesinho, que se estende a norte dos concelhos de Vinhais e de Bragança, em plena Rota da Terra Fria, guarda uma natureza exuberante e cheia de segredos. É “casa” de 250 espécies animais – 150 das quais aves – e uma flora diversa e igualmente abundante. Entre 75 e 80% das espécies animais existentes em Portugal correm livremente pelos 74 mil hectares do Parque Natural de Montesinho, que se encosta à fronteira do nordeste transmontano com Espanha. Veados, corços, javalis e o lobo ibérico são atrações nesta região, mas existem muitos outros animais e caprichos naturais que, apesar do frio intenso nesta época do ano, convidam a contemplar a beleza da paisagem e a justificar uma visita. A pé ou de bicicleta são as melhores formas de conhecer a fundo cada recanto deste parque. Bem agasalhado e com calçado confortável, pode fazê-lo de forma autónoma – existem trilhos devidamente assinalados que permitem o passeio sem sobressaltos – ou integrado num grupo, com respetivo guia.

A hora do lobo

Quase ouvimos o seu uivo entre urzes, giestas, bosques de carvalhos-negrais e soutos de castanheiros antigos. Cansado da história do lobo mau, apaixonado por Montesinho e pelas condições únicas de coexistência entre homem e lobo que se vivem neste território, o biólogo Duarte Cadete mudou-se de Lisboa para fundar, em 2015, a Dear Wolf (Tel. 939676600), sediada em Rio de Onor. Além de investigar e monitorizar as alcateias da região também dá formação e organiza passeios onde se aprende a respeitar espécie e o território que habita. Caminhar por onde o lobo passa, ver a paisagem pelos olhos do animal e contextualizá-lo no seu habitat é o objetivo destes trilhos interpretativos e pedagógicos (desde €40), ao amanhecer, ao anoitecer ou durante um fim de semana inteiro. “Mais do que avistar lobos, a ideia é conhecer o contexto, o território e valorizar as relações ecológicas ancestrais”, explica. Especialista em experiências na Natureza que passam pela interpretação da terra, dos animais e território envolvente, a pé e de bicicleta, a Anda D’I (Tel. 935355633), com sede em Bragança, organiza “A hora do lobo”, acompanhada por biólogos especializados que pode ser desenhada à medida para a sua família ou grupo.

Um dos mais recentes trilhos criados para explorar os encantos do parque natural arranca na aldeia de Rio de Onor, umas das mais encantadoras do país. Descubra porquê durante 7 km de um caminho a revelar as particularidades da proximidade com Espanha, à curta distância de um rio, as casinhas de xisto equilibradas na paisagem, as janelas e varandas floridas. A vertente comunitária com a vizinha Rihonor de Castilla ainda se manifesta na partilha do forno, forja, tanques e moinhos de cá e lá da fronteira e no dialeto rionorês. O percurso, acessível, atravessa a aldeia passando pela Igreja Matriz, o Moinho de Água e Forja Comunitários, aventurando-se até às margens do rio Onor, onde pode deslumbrar-se com a longevidade de um Carvalho Negral Centenário – imaginando quantos lobos por aqui já terão desfrutado da frescura noturna, e a imponente Fraga do Rio Onor. Partida – e chegada – são junto ao Parque de Campismo. Saindo da aldeia em direção a Aveleda, quase no final do caminho, encontra o snack-bar O Careto. Serve petiscos e pratos confecionados em forno a lenha com ingredientes de produção própria.

Este Passeio Verde foi realizado em parceria com Volvo – Carro Oficial Boa Cama Boa Mesa

A cascata secreta do Poço Negro

Outra possibilidade para explorar a pé começa em Montesinho, de onde partem dois caminhos: um em direção a França, aldeia onde encontra uma agradável praia fluvial com parque de merendas perfeito para relaxar depois da caminhada. É também aqui que vive o Centro Hípico de França (Tel. 273919031) onde pode agendar passeios a cavalo pela serra (desde €20), com monitor e, sempre que possível, travessias no Rio Sabor. O segundo percurso encaminha-se até à Barragem da Serra Serrada, no alto da montanha.

Na aldeia de França parta à descoberta da Cascata do Poço Negro, uma lagoa alimentada pelas águas do rio Sabor, mas peça a ajuda de um guia, pois o percurso, por entre amieiros, freixos e choupos, não se encontra assinalado. Ainda assim, quem já aqui chegou garante que esta cascata e lagoa são um dos maiores tesouros (e ainda quase secretos) de toda a região. Tendo como ponto de partida a mesma aldeia, suba a Serra de Montesinho. A mais de 1000 metros de altitude encontra-se a aldeia de Montesinho, totalmente recuperada, mas genuína, com casas que mantêm a arquitetura transmontana, em granito, com telhados em lousa e varandas em madeira.

O Trilho Porto Furado (PR3 Montesinho), passeio pedestre de 10 km sensivelmente, conduz por caminhos que compreendem também as aldeias de França e Portelo. Nele depare-se com os contrastes conferidos pelo verde das pastagens, as flores de todas as cores e o vermelho dos bosques. À medida que se sobe, as encostas e o planalto passam a revelar matos de carqueja, giesta e urze. Surpreenda-se, no caminho, com um provável encontro com águias-reais, cegonhas negras, veados, javalis, raposas e, com sorte, até com lobos ibéricos. Este trajeto sobe da povoação até à barragem da Serra Serrada por entre caminhos e formações graníticas bastante singulares, com grandes lajes, afloramentos, penedias ou blocos soltos, surgindo, por vezes, uma forma bizarra que mais parece ter sido talhada pela mão humana. O circuito faz-se depois numa descida por caminhos entre carvalhais.

A incrível brama dos veados

Setembro, outubro e novembro são dos meses mais procurados pelos visitantes do Parque Natural de Montesinho. É nestes meses que se dá um dos mais fantásticos espetáculos do mundo animal do país: a brama dos veados, que ocorre
na época de acasalamento. Antecipe a visita nesta época e tome já nota do Percurso de Guadramil (PR12), com início na aldeia com o mesmo nome, um dos mais favoráveis ao avistamento de tal espetáculo. Com dificuldade fácil, pode ser feito a pé ou de bicicleta, tem somente 7 km e os campos, muitas vezes abertos, permitem observar facilmente os veados e os corços no ritual de acasalamento. Ainda em pleno Parque Natural não deixe de visitar o Parque Biológico de Vinhais com uma importante diversidade de fauna e flora. Explore com tempo, a pé, de bicicleta (a partir de €2) ou a cavalo (€30), os 6 hectares do parque. No local estão também disponíveis passeios de burro (a partir de €3) e alojamento em bungalows e pod’s.


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