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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

RODOVIARIAMENTE FALANDO

 O meu professor de português, latim e grego, o insigne e proficiente Dr. Mário da Conceição (um verdadeiro anjo na terra), um certo dia, na informalidade de uma conversa entre amigos, confessou-me que, muitas vezes, aquando da correcção dos testes, ficava na dúvida - modéstia sua, ele era demasiado competente para as ter - acerca do correcto escrever de certas palavras na língua de Camões, dado o número elevado de alunos que as grafavam erradamente. 
Ao contrário do que possa parecer, a metáfora do soldado que marcha com o passo trocado, em relação aos seus “camaradas” de Companhia, está longe de provar que a maioria, mesmo que absoluta, tem sempre razão, porquanto, na “parada rodoviária”, à qual pertenço há 40 anos, sinto que não estou a marchar na mesma direcção que os demais – o que me leva à pergunta retórica: Afinal, o que se ensina nas escolas de condução?! Sendo por demais sabido que a generalidade dos portugueses tem uma certa propensão para subverter as regras, sejam elas quais forem ( “está- lhes no sangue”, como diz a minha querida mãe), vou referir apenas aquelas que dizem respeito ao exercício da condução, nomeadamente o comportamento nas rotundas, deixando para uma outra ocasião condutas que revelam o caráter dos seus autores, como, por exemplo, a ocupação de dois ou três lugares de estacionamento por uma viatura ( tenho o registo fotográfico dum sujeito que, no parque de estacionamento do Modelo, estacionou o carro, ocupando 4 lugares, sendo que um deles era destinado a deficientes) ou o estacionamento em contramão. 
Para os mais desatentos, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) promoveu, em 2014, a última actualização ao Código da Estrada, sendo aqui contemplada a regra de circulação nas rotundas. Com o seu quê de polémica e controvérsia, por gerar uma certa confusão, esta regra, com mais ou menos dificuldade, lá foi sendo assimilada pelos condutores, até que hoje, com alguns acidentes pelo meio, e salvo raras excepções, já não constitui obstáculo para ninguém. O mais grave é que, grosso modo, mais de 90% da “Companhia” não conhece o preceito mais básica do Código da Estrada, a Regra da Direita. Pois, para aqueles que ignoram a dita, por, estou convencido, terem estudado a matéria, recorrendo a um livro com algumas páginas rasgadas, vou relembrar, suportando-me apenas na memória: tem sempre prioridade, não havendo sinalização em contrário, os veículos que se apresentem pela direita. Esta regra é também quebrada, segundo os manuais, aquando da presença de veículos prioritários, ou quando a autoridade policial, por razões atendíveis, dá ordem de paragem. 
Pelo que tenho constatado, esses tais 90% dos condutores fazem confusão entre “circular na rotunda” (um pleonasmo inevitável) com “entrar na rotunda”. E a diferença não pode ser mais clara: quem circula na rotunda tem, sem quaisquer excepções, sempre prioridade em relação a quem nela quer entrar. Quem entra na rotunda, pela mão esquerda, é obrigado a ceder passagem àqueles que, acedendo à mesma, se apresenta pela direita. Vou só citar dois casos paradigmáticos na nossa cidade: 
1 – Querendo tomar a direcção do Liceu, da Escola Industrial ou dos Bombeiros, no sentido ascendente, temos duas hipóteses, ambas a confluir na rotunda do Centro Comercial: quem vem do Bairro da Estação, passando pela antiga escola primária que lhe dá o nome; e quem vem, desde a Avenida João da Cruz, passando junto à Casa dos Juízes. O que acontece, mas sempre: os segundos, que se apresentam, à entrada da rotunda, pela esquerda, nunca param para deixar passar os primeiros, que estão pela direita – sendo que o único sinal existente, para os dois, é o de aproximação de rotunda. 
2 – No acesso à rotunda junto ao ISLA, designada de “penso higiénico” (nunca percebi a razão pela qual os entendidos acham que aquela configuração geométrica é uma rotunda!), quem se dirige para o centro da cidade, fá-lo através das seguintes vias: a que, desde a Avenida Sá Carneiro, passa pelo Eixo Atlântico; e a que, vindo da Rotunda do Emigrante, passa ao lado da vivenda do Senhor Ribeiro, ex funcionário da Câmara Municipal. 
Aqui passa-se o mesmo que no exemplo anterior. Ou seja, o primeiro, que, à entrada da “rotunda”, se apresenta pela esquerda, passa, sem se dignar olhar para quem vem da direita. Como adepto da linguagem da pedagogia, lanço aqui o desafio ao Senhor Comandante Distrital da Polícia de Segurança Pública de Bragança, Superintentente José Neto, pessoa de trato fácil e moralmente bem formada, de promover uma accão de sensibilização junto dos condutores que não sabem a regra elementar do Código da Estrada. Estou certo que o fará. Se assim for, muitos impropérios, gestos obscenos e confrontos físicos se evitarão no futuro, porque não há nada pior do que um ignorante sem humildade.

António Pires

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