Bem sei que andas ocupado que baste por mor do alto cargo que detens, ou não estejas tu Primeiro-ministro da soberana e gloriosa Inglaterra. Nota que não digo que és, pois não acho que o sejas, pois, entre estar-se e ser-se vai uma diferença de todo em todo absoluta.
Isto, porque para se estar, basta ser-se eleito usando muitos bolos que enganam muitos tolos, mas para se ser, tem de se ter estaleca, carisma, elevação e capacidade de ver mais além, muito para lá de onde a vista alcança, o que quanto a mim mero e humilde observador não é o teu caso.
No entanto gosto de ti e por isso te escrevo. Caís-me bem políticas à parte e perdoados que sejam os males que provas e mais os que contigo alinham nas medidas sem tino e sem ideias se permeio, pois, e tu bem sabes, tal coisa não medra em ocas cabeças, mesmo que até e eventualmente haja inteligência a rodos, uma vez que esta não tem serventia se for espalhada pelo vento.
Por falar em vento, veio-me a imagem do teu cabelo se calhar porque ele apresenta ar de andar muito a ele. Passas-lhe a mão por si de oras em quando e pronto. Fica arrebitado, mas com ar bem tratado. Cá para deves ter contrato de imagem com uma certa marca de produtos de beleza e afins.
O certo, é que casa bem com a tua cara dando-te um ar pandego e de quem ar sempre de roda no ar. Eu também gostava de andar assim, mas faz-me mal à saúde e evito. Sucede que quero ver se chego aos cem escorreito e cuido-me um pouco.
Mas tu não. Pareces-me sempre aéreo e sem saber a quantas andas. Mas fazes mal. Ocupas um lugar com enorme capacidade para modificar o rumo de importantes coisas no quotidiano de milhões de pessoas, não te esqueças se é que alguma vez te lembraste. Bem sabemos que noutras eras de ainda não há muito tempo, nunca chegarias tão alto, mas devido ao desmando em que o mundo anda, chegaste.
Pelo que se diz está a custar que te aguentes, por via daquilo que vens fazendo, mas não te endireitas. Puxa-te para saíres do rego, como se diz na minha terra, és danado para a brincadeira, não medes as consequências e só te metes em trabalhos dando maus exemplos a governantes e a governados, que nada tarda te tirarão o tapete por indecência e má figura.
No entretanto, a tua imaginação e a tua dinâmica não param. Condenam-te por andares em festas dentro da casa oficial que ocupas, os mais importantes compartimentos a seguir aos da rainha que Deus proteja pois não vai para nova, e tu, fino que nem o alho, tomas medidas entre o tomar isto e aquilo.
Se a causa das coisas é o confinamento, acabas com o confinamento e está feito. Assim toda a gente pode andar em festas sem que por inveja e outras coisas que tais andem para aí a condenar o folguedo. Sempre houve diversão e não é agora que vai deixar de haver.
O vírus que se cuide. Faz um decreto e acaba com ele. Sugiro eu cá do velho aliado antes de findar, mandando cumprimentos para aí para o pessoal e um abraço para ti deste que tanto te quer. Quer, dizer, às vezes. Tenho minutos, mas são mais as horas que não.
Goodbye
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