Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Com esta linda e rosada manhã, banhada de sol cristalino, quem consegue permanecer entre velhas paredes?
Mal dera alguns passos, faiscou-me na memória reminiscências da juventude, quando inocente, vagueava errante pelas típicas ruas do velho burgo portuense.
Nessas aprazíveis digressões, deambulava, quase sempre com o Manuel Magalhães, o "M" á quinta, como dizia, porque nome e apelido, iniciarem por "M".
Em regra, escolhia o itinerário. Durante o percurso dissertava “eloquentemente" sobre a história da cidade; ele – "perito" em heráldica, – procurava decifrar os brasões, que encontrávamos.
Conheci-o na Esc. Académica, num curto período de recreio. Era baixo, magro, distinto, e de fisionomia alegre.
Começávamos nas vitrinas da " Figueirinhas", observando as novidades. Era a livraria de meu pai. Nela passava tardes cavaqueando, por vezes, com Fernando Figueirinhas ou pesquisando, nas prateleiras recheadas de livros.
Percorríamos, incansavelmente, típicas ruas, como a da Banharia, então sombria e suja, de olor a fartum, nada pura e segura.
A segurança primava, mesmo assim, graças ao policiamento intenso e cuidado.
Eram passeios de carácter cultural. Percorríamos, minuciosamente, todos os museus do centro da cidade; nesse tempo, a entrada, como nas igrejas, era fácil e acessível.
Os lugares mais frequentados, eram: a rua de D. Hugo, onde, por vezes, visitávamos o solar de D. Isabel Guerra Junqueiro, as escadas: dos Guindais, Miragaia e Virtudes.
Certa ocasião galgamos a íngreme Corticeira, que meu amigo desconhecia. Chegou ao topo ofegando, mas feliz por ter subido de um só jato.
Uma vez fomos ao " Prado de Repouso", e de regresso, já no outrora aristocrático Jardim de S. Lazaro, o Manuel falou-me, eufórico, da: “Menina da Silveira", que eu não conhecia. Curiosamente, duas décadas depois, recebi, atónico, missiva dela, já Senhora venerável.
Num desses passeios, perpassamos, por acaso, pela residência do Dr. Alberto Pinheiro Torres – amigo de meu pai. Contei-lhe a forma como o conheci, num aprazível encontro, no seu escritório. Admirou-se por ter conversado pessoalmente com ele.
Mas a figura que mais o encantava, era a de Bento de Amorim. Falava-me sempre entusiasmado dele, e da sua viatura, que admirava.
Ternamente abordava íntimas cenas, ocorridas no seio da família. Seus olhos iluminavam-se de ternura, quando se referia à irmã querida, confidente e amiga inseparável.
Eram tempos inefáveis! O futuro parecia-nos risonho; mal sonhávamos nas amarguras da vida e nas contrariedades futuras, que haviam de vir.
Mal dera alguns passos, faiscou-me na memória reminiscências da juventude, quando inocente, vagueava errante pelas típicas ruas do velho burgo portuense.
Nessas aprazíveis digressões, deambulava, quase sempre com o Manuel Magalhães, o "M" á quinta, como dizia, porque nome e apelido, iniciarem por "M".
Em regra, escolhia o itinerário. Durante o percurso dissertava “eloquentemente" sobre a história da cidade; ele – "perito" em heráldica, – procurava decifrar os brasões, que encontrávamos.
Conheci-o na Esc. Académica, num curto período de recreio. Era baixo, magro, distinto, e de fisionomia alegre.
Começávamos nas vitrinas da " Figueirinhas", observando as novidades. Era a livraria de meu pai. Nela passava tardes cavaqueando, por vezes, com Fernando Figueirinhas ou pesquisando, nas prateleiras recheadas de livros.
Percorríamos, incansavelmente, típicas ruas, como a da Banharia, então sombria e suja, de olor a fartum, nada pura e segura.
A segurança primava, mesmo assim, graças ao policiamento intenso e cuidado.
Eram passeios de carácter cultural. Percorríamos, minuciosamente, todos os museus do centro da cidade; nesse tempo, a entrada, como nas igrejas, era fácil e acessível.
Os lugares mais frequentados, eram: a rua de D. Hugo, onde, por vezes, visitávamos o solar de D. Isabel Guerra Junqueiro, as escadas: dos Guindais, Miragaia e Virtudes.
Certa ocasião galgamos a íngreme Corticeira, que meu amigo desconhecia. Chegou ao topo ofegando, mas feliz por ter subido de um só jato.
Uma vez fomos ao " Prado de Repouso", e de regresso, já no outrora aristocrático Jardim de S. Lazaro, o Manuel falou-me, eufórico, da: “Menina da Silveira", que eu não conhecia. Curiosamente, duas décadas depois, recebi, atónico, missiva dela, já Senhora venerável.
Num desses passeios, perpassamos, por acaso, pela residência do Dr. Alberto Pinheiro Torres – amigo de meu pai. Contei-lhe a forma como o conheci, num aprazível encontro, no seu escritório. Admirou-se por ter conversado pessoalmente com ele.
Mas a figura que mais o encantava, era a de Bento de Amorim. Falava-me sempre entusiasmado dele, e da sua viatura, que admirava.
Ternamente abordava íntimas cenas, ocorridas no seio da família. Seus olhos iluminavam-se de ternura, quando se referia à irmã querida, confidente e amiga inseparável.
Eram tempos inefáveis! O futuro parecia-nos risonho; mal sonhávamos nas amarguras da vida e nas contrariedades futuras, que haviam de vir.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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