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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Côa acolhe exposição que celebra mostra pioneira da Pré-História

 O Museu do Côa acolhe, de 12 fevereiro a 12 de maio, a exposição internacional “Prehistórico: De la Roca al Museo”, composta por 270 peças oriundas do Museu Nacional de Arqueologia de Espanha, anunciou hoje a instituição portuguesa.


A presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho, em declarações à agência Lusa, disse que “esta exposição é composta por pinturas, gravuras e alguns tesouros nacionais (arte móvel), que pretende celebrar uma outra, que teve lugar há precisamente 100 anos, no Museu Nacional de Arqueologia de Espanha", localizado em Madrid.

“Prehistórico: De la Roca al Museo” (“Pré-histórico: Da Rocha ao Museu") foi, originalmente, a primeira exposição, “a nível mundial, a debruçar-se sobre a arte pré-histórica, e desempenhou um papel incontornável na sua divulgação pública”, vincou.

A responsável pela Fundação Côa Parque destaca a importância das peças que compõem a mostra, que vão desde exemplares de arte móvel, como estelas, vasos, placas decoradas ou artefactos em ouro, à escultura de maiores dimensões. É também recordado o arqueólogo amador proprietário do terreno onde foi encontrada a gruta de Altamira, Marcelino Sanz de Sautuola, representado num busto, assim como outras figuras fundamentais na descoberta da arte paleolítica, em Espanha.

As pinturas a óleo sobre animais são, na sua maioria, datadas dos anos 20 do século passado, nas quais se destaca a reprodução de um bisonte que figura nas grutas de Altamira (Espanha).

“São peças feitas de papel, osso ou tecido com grande relevo artístico”, indicou Aida Carvalho à Lusa.

Segundo aquela responsável, através da representação e de exposições como a que agora se celebra, foi possível estabelecer um processo de mediação entre os discursos científicos, em torno daquele tipo de vestígios, e o público, um processo que se prolonga até à atualidade, e no qual se insere o Museu do Côa, entre o rigor da investigação e a arte pré-histórica, a sua divulgação e a abertura ao público.

Para a presidente da Fundação Côa Parque, hoje, a arte pré-histórica “é um valor patrimonial universalmente reconhecido, como o demonstra cabalmente o número de sítios inscritos na lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO] e a sua distribuição por todos os continentes”.

A exposição “Arte Préhistórico: De la Roca al Museo”, é comissariada por Eduardo Galán Domingo, Ruth Maicas Ramos e Juan Antonio Martos Romero, sendo assim “uma forma de reconhecimento da importância da mediação para a afirmação deste tipo de arte”.

“A exposição focando-se, por razões historiográficas, no contexto peninsular, revela-se de uma extraordinária importância para o reforço, quer da dimensão internacional da Fundação [Côa Parque], quer da consciencialização pública da integração da arte do Côa num contexto europeu mais vasto. A exposição promoverá igualmente a circulação dos visitantes, e a partilha de conteúdos e experiências” que suscita, explicou Aida Carvalho.

A localização geográfica do Vale do Côa, o seu crescente prestígio internacional e o facto de aí se encontrar a mais importante concentração de um tipo de arte de distribuição essencialmente ibérica — a arte paleolítica ao ar livre — acabaram por manter a região como polo de atração turística dos dois países ibéricos, mesmo no contexto da pandemia.

“O Vale do Côa é, consequentemente, um 'terreno fértil' para o aproveitamento destes fluxos turísticos, devendo-se, desde logo, reforçar a curadoria de conteúdos", vincou a responsável pelo museu do Côa, recordando que "serão estas e outras estratégias análogas, que permitirão ao público tomar consciência" do que a instituição "tem para oferecer de mais inovador e diferenciador: a arte das origens, como destino da contemporaneidade”.

Para Aida Carvalho, esta exposição internacional torna-se ainda mais pertinente com a entrada do Museu do Côa na curta lista dos museus nomeados para o prémio Museu Europeu do Ano de 2022, sendo o único museu português entre os candidatos.

O museu está construído no concelho de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, e assenta parte da sua estrutura numa colina sobranceira ao rio Côa, celebrando o “encontro” dos patrimónios mundiais deste território: a arte pré-histórica do Vale do Côa e a Paisagem do Alto Douro Vinhateiro.

Foto: AP

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