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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 9 de março de 2021

Reportagem: Mulheres dos nossos dias

 Quatro mulheres, da nossa terra, ou que a escolheram para viver, relatam a aventura de não baixar os braços, independentemente das dificuldades e preconceitos.
Luísa Correia tem 31 anos. Nasceu em Mirandela e estudou Psicologia, em Coimbra. Depois dos estudos rumou a Lisboa, cidade onde quebra vários rótulos. Quando chegou à capital, começou a fascinar-se por tempos e estilos já vividos. Foi assim que encontrou o burlesco, o que agora lhe serve de profissão.

“Ainda há um caminho de educação do público que tem que se fazer. Temos uma grande tradição de cabaré mas as pessoas esqueceram-se do que isto é. No fundo este preconceito tem a ver com ignorância”, explicou Luísa.

Conhecida como Louise L'Amour, a jovem criou, há quatro anos, a associação Grande Cabaré Lisboa, através da qual muitos espectáculos têm sido marcados pelo país, já que não convém sair dele. Por agora, Luísa sonha trazer de novo o cabaré aos palcos, mostrando a sua verdadeira essência.

“Queríamos produzir os nossos próprios espectáculos e ajudar os artistas da área, mas fazer em nome individual era complicado”, vincou a artista.

Dos palcos é tempo de ir até aos camiões, onde Carla Rodrigues passa a maior parte do tempo. Com 34 anos, natural de Negreda, no concelho de Vinhais, é uma das poucas camionistas, a tempo inteiro, que há na Espanha, para onde decidiu emigrar.

“Há cinco anos decidi ir a Portugal tirar a carta de pesados para começar a trabalhar. Com 29 anos subi ao camião e nunca mais baixei. “Quando tirei a carta era a única mulher que lá andava”, conta.

Carla transporta veículos e costuma fazer várias viagens de trabalho com o marido, passando por diversos países, nomeadamente Portugal, França, Bélgica, Hungria, Áustria, República Checa e Roménia.

“Gosto muito do que faço mas é complicado porque às vezes é preciso ficar fora alguns fins-de-semana. Olham para mim com admiração, mas ainda somos poucas”, assinalou.

Marisa Rodrigues chegou Bragança em 2000 e por cá ficou. Veio por causa dos estudos, tendo ingressado no Instituto Politécnico. A mulher trabalhou, durante 12 anos, no Centro de Ciência Viva. Embora o trabalho fosse “muito diverso”, as paixões antigas ditaram um novo caminho: a construção civil.

“Desde pequena que gosto muito de trabalhos manuais e de ver como se fazem as coisas. O meu pai era carpinteiro e eu andava sempre atrás dele, com os martelos, as serras, as lixas e as tintas na mão. Aquilo sempre me chamou à atenção”, conta.

Natural de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, Marisa Rodrigues é uma verdadeira “faz tudo”. “Vou ao cliente e vejo o que quer, em termos de remodelação. Depois, no escritório, desenho tudo em 3D, vejo o material que se pode usar, preparo a obra, com a equipa, e vou também para o terreno”, explicou.

Falatórios ou olhares pouco meigos não existem e a equipa, composta por seis homens, ajuda-a no que pode.

Ainda assim, não é só por aqui que os problemas das mulheres se ficam.

Ana Costa nasceu em Angola mas veio para Portugal, ainda bem pequena. Com 48 anos, trabalha há mais de 30, 15 como funcionária, numa empresa, e outros 15 como patroa. É a responsável pela Mimos Pizza, marca que criou, e que depois implementou em Paredes, Bragança e Viseu.

Eu não tive nenhum tipo de problema nem nenhum obstáculo por ser mulher. As pessoas ficavam muito admiradas quando chegavam e perguntavam pelo patrão e eu dizia que não era patrão, era patroa!”, afirmou, dizendo lidar “muito bem” com tudo isto.

Em Bragança a Mimos Pizza faz parte do panorama da restauração há dez anos e é um verdadeiro sucesso.

Quatro mulheres sem preconceitos e que vivem com a doce ternura de fazer e ser o que querem.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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