Segundo o barómetro divulgado pela consultora “Informa DB”, no mês passado foram criadas 46 empresas no distrito e 7 encerraram, sendo que houve ainda 3 insolvências. Ou seja, por cada empresa que fechou foram criadas 6,6.
No mesmo mês do ano passado tinham sido constituídas 32 empresas e 15 tinham sido extintas.
Estes números parecem contrastar com o clima de instabilidade a nível económico que se vive devido à pandemia.
Para Jorge Humberto, professor do Instituto Politécnico de Bragança na área do empreendedorismo, uma das formas de explicar o facto de não terem fechado muitas empresas é o tipo de tecido empresarial existente no distrito. “Possivelmente deve-se à tipologia do tecido empresarial que temos, muito assente em prestação de serviços, construção civil e agroindústria. Não estão muito dependentes, com a excepção da agroindústria, em termos de castanha, da exportação. Isto evita que o impacto seja muito grande. Se tivéssemos uma região muito dependente de turismo ou que exportasse para o sector têxtil, possivelmente, teríamos uma situação pior”.
Jorge Humberto considera que a situação se prende ainda com o reforço de que as empresas da região têm sido alvo. Em todo o ano passado, Bragança foi também o segundo distrito em que a diferença entre empresas extintas e constituídas foi maior. Ao longo de 2020 tinham sido criadas 356 empresas e encerraram 91 no distrito.
O que pode ser explicado pelos programas de apoio virados para o interior. “Muito possivelmente está associado às condições criadas pelas medidas de apoio ao investimento no interior. No verão passado houve uma linha de apoio, o +CO3SO, que permitia a criação de empresas com um apoio muito interessante”.
As políticas públicas de combate à pandemia podem estar a contribuir para que as empresas com alguma solidez de mercado consigam sobreviver e evitar, para já, um cenário pior. No entanto, o especialista em empreendedorismo antecipa que “vamos ter este pequeno drama” com a extinção de postos de trabalho, em resultado da queda do consumo cair.
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