Paulo Veiga e Moura admite que os 22 funcionários têm o seu lugar em risco e que, caso isso aconteça, pode haver pedidos de indemnização.
O advogado tece duras críticas ao facto de o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela ter demorado quase uma década para mandar repetir o concurso
“Em nenhum país democrático ou decente a justiça pode demorar 10 anos a decidir. Porque pode até paralisar a vida das pessoas. Estas pessoas tinham o problema resolvido se fosse um ano depois, se isto tivesse sido decidido no prazo máximo de um ano, que até é um prazo demasiado lato, cada um já teria seguido o seu rumo, mas estiveram com o seu trabalho em stand-by durante 10 anos. Obviamente que é inadmissível”, sublinha.
O advogado explica que o concurso vai ter de ser repetido no primeiro trimestre deste ano, com os mesmos intervenientes de 2009.
“Vão repetir a prova de conhecimentos, vão ser sujeitos a selecção, vai ser feita uma nova lista de ordenação final, se ganharem esse concurso ficarão onde estão. Se perderem esse concurso terá que ser a pessoa que tiver melhor nota a ocupar esse lugar”, esclareceu.
Paulo Veiga e Moura acredita que esta longa demora não deve ter sido fácil de gerir para os 22 funcionários e admite que correm o risco de ficar sem o posto de trabalho, caso não sejam os vencedores do concurso, nas diversas áreas.
“Eles têm a vida suspensa desde há 10 anos, não é só de agora”, afirmou.
E os que não conseguirem ganhar o concurso podem vir a pedir uma indemnização ao Município.
“Depende dos danos que comprovem que tenham, mas hipoteticamente admito que sim, que possam pedir, se tiverem danos podem pedir”, admitiu.
Recorde-se que este é o culminar de uma ação especial administrativa que o Ministério Público interpôs contra o Município, na altura presidido por José Silvano - atual secretário-geral do PSD - a pedir a nulidade do concurso para recrutamento de 28 técnicos superiores.
O tribunal alega que houve falta de adequação da prova de conhecimentos ao exercício da atividade em 22 áreas.
As críticas do advogado contratado pelo Município de Mirandela à morosidade da justiça na decisão de mandar repetir um concurso realizado há mais de 12 anos.
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