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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

O MARSHALL ORIENTAL

A História repete-se. Sistematicamente, continuamente. Com cenários iguais ou diferentes, com os mesmos ou outros protagonistas, mas com guiões idênticos aos anteriores e com resultados parecidos, adequados às diferenças espectáveis.
No rescaldo da Segunda Grande Guerra os Estados Unidos, liderados por Henry Truman lançaram o Plano de Recuperação Europeia que ficou mais conhecido pelo nome do Secretário de Estado Americano que o gizou, anunciou e implementou, o general George Marshall ex-Chefe do Estado Maior do Exército durante o conflito cessante. Os objetivos eram claros: ajudar a recuperar a capacidade industrial dos países devastados pela guerra e, ao mesmo tempo, travar o avanço do comunismo, promovido pela então União Soviética, o outro vencedor da contenda que arrasou o mundo de então.
A adesão das nações mais ocidentais do continente europeu às teorias keynesianas fomentou os partidos sociais-democratas e semeou os princípios de cooperação que dariam origem ao Mercado Comum do Ferro e do Aço, à Comunidade Económica Europeia e posteriormente à União Europeia. Começou assim a era da maior prosperidade em paz do velho continente e, sobretudo, resgatou da pobreza, indigência e da fome, milhões de cidadãos europeus e asiáticos, vítimas do mais sangrento episódio bélico do século passado.
Está ainda em curso a maior guerra deste século e já são visíveis os sinais do esforço de ajuda do país que pretender substituir os Estados Unidos na liderança mundial, nos tempos correntes e futuros, a grande poderosa e pujante China, onde, ironicamente, começou o conflito.
Arrumada a casa, foram lestos em enviar ajuda direta, com a disponibilização de médicos e material cirúrgico onde fosse necessário, nomeadamente na italiana Lombardia, mas igualmente de forma indireta através de multinacionais chinesas como são os conhecidos casos das ofertas de equipamento de proteção, doados pela Fosun e pela Tesent e já chegados ao território luso.
Para além da reconhecível e louvável intenção humanitária, também aqui é visível a oportunidade política e até comercial numa altura em que a poderosa América está enredada nas indecisões da barata tonta da Casa Branca e não pode dar qualquer apoio, não só por não ter mãos a medir com a desgraça grassa dentro de portas como porque a cessação destes foi uma das bandeiras de Donald Trump.
Não sou adepto nem subscrevo teorias da conspiração. Mas não há dúvida que o tele-trabalho, imposto e fomentado pela quarentena veio modificar, para sempre, a forma do relacionamento laboral. Já ninguém duvida da necessidade e urgência, bem como da conveniência e benefícios associados à implementação e generalização do protocolo 5G para as telecomunicações. A Huawei, deve estar a esfregar as mãos e os seus proprietários com um sorriso de orelha a orelha. É a inevitável quarentena ocidental que lhes vai oferecer, de bandeja, a liderança que ainda há pouco o mesmo ocidente se esforçava por demonizar.
José Mário Leite

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